Cortesia aos Deputados
O Presidente Fernando Henrique Cardoso, o mais alinhado à liturgia do cargo, o mais polido, o mais culto, o mais educado, o grande sociólogo, foi acusado de fazer uma cortesia de 200 mil reais para cada deputado, visando aprovar a sua reeleição, numa época em que esse processo não existia para cargos do Executivo.
Hoje, para a aprovação da PEC dos Precatórios, com vistas a viabilizar o Auxílio Brasil, diz-se que a razão foram as emendas secretas, já derrubadas pelo STF. Ainda assim, a votação no segundo turno teve maior adesão dos deputados.
E isto ocorre no momento em que o Presidente é o mais grosseiro, o mais estúpido, o negacionista, o desalinhado com a liturgia do cargo.
Então o mérito foi só do Presidente da Câmara, Arthur Lira?
O Auxílio Brasil, agora dito como moeda de troca para as eleições de 2022, não diferencia de outros de nomes diferentes, adotados por Fernando Henrique, Lula, Dilma, Michel Temer, continuando com Bolsonaro.
Desde a Velha República, é assim que os políticos agem. Mas, agora, o pecador maior é Bolsonaro, que é culpado até pelo vírus da Pandemia.