A HOSTILIDADE DE QUEM ENSINA ("Divergência de opinião jamais deve ser motivo para hostilidade". — Mahatma Gandhi)
Uma aluna do 7º ano perguntou-me se era formado mesmo para dar aulas para ela! Só podia estar orientada! A maioria deles não se importa com isso, aliás nem querem aula. Em outra ocasião, do Ensino Médio um professor fez-me a mesma pergunta, ele também duvidava de minhas credenciais: Por isso, pareceu-me um método dos que querem parecer maior; então fui obrigado a falar-lhe de meus diplomas. No caso da menina, suspeito de um colega "pseudointelectual" sentindo-se ameaçado por minha "caipiraneidade" e com melhor projeção social que ele, o justiceiro social usou intermediário. Porém, não continuou anônimo, pois se valeu dos "pseudoingênuos", entregadores de qualquer um por um simples presentinho. Ela usou o segredo, também, em desfavor dele, quando fingi ser amigo dela.
Agora, medindo-me com os objetivos da escola, admito, sim, ser muito ruim mesmo, devido às circunstâncias adversas e já conto com muitos anos de experiência perdida, tudo é novo a cada segundo! E os meus 30, trabalhados na educação, não servem para aposentadoria para eles se livrarem de mim, a burocracia precisa me castigar! Em todos esses anos, nunca presenciei a viabilização, nem mesmo parcial, de uma sugestão minha em uma reunião de trabalhos escolares, apesar de minhas boas intenções para melhorar o sistema. Por isso, digo: A escola é um espaço hostil para mim.
Os alunos perguntam-me todos os dias: — por que o senhor veio hoje? Na sala dos professores, os colegas ficam torcendo pela falta de um, todos querendo sair mais cedo. Se um de nós adoecer ou morrer não importa, outros vão ter folga. A unidade escolar deveria ser o lugar mais aconchegante da terra por ser um ambiente de educação! Na verdade o é sim; mas, aliás, só para aqueles alunos que foram expulsos de outra unidade escolar: acolhidos incondicionalmente, com o pão e o circo, gerando verbas para a unidade escolar. (CiFA