QUANDO O PASSADO RENOVA O PRESENTE

Falo da geração que cumpriu o dever de casa, soube medir as consequências dos erros e seguir em frente aprendendo e ensinando o bom caminho aos mais incautos. Hoje em lembrança por tantos que ainda persistem por sua bravura e coragem para enfrentar o mundo aparentemente novo, mas que para a velha guarda não passa de um mundo doentio. Há poucos dias um grupo de saudosos conterrâneos foi organizado e as lembranças foram aflorando na proporção em que cada um era acrescentado. Falo de uma geração que viveu numa pequena cidade do interior do Estado do Espírito Santo. Tão pequena, mas que produziu grandes homens e mulheres que se tornaram importantes para o estado, para a Nação e ainda exportado por Países longínquos, agora conectados. Num espaço de tempo tão curto, histórias inimagináveis começaram a renascer e alegrar uns aos outros – histórias engraçadas, e algumas poucas tristes, de amigos que partiram. O que mais interessante tenho observado, é o despertar de um relacionamento que parecia perdido, mas que trazendo o passado para o presente, renovando as boas amizades. Participando do grupo, mantendo o celular ligado, o bicho tocava até duas horas da manhã, tinham alguns que se mantinham acordados trocando conversas, até que alguém pedindo para dormir, se desligava. Como não dava para acompanhar os papos, o jeito foi deixar para verificar as conversas e revelações ocorridas em cada noite, chegando a ser intrigante, parece que há tanta vontade em se relacionar com um passado que construiu boas histórias, já que no presente, no “novo mundo”, parece que ninguém é de ninguém. Meu genro às vezes brinca ao ser chamado ao telefone, já sabendo de quem se trata, diz: “quem incomoda?”, é brincadeira, contudo, me parece ser muito real, todos nós temos pressa e é preciso “aproveitar bem o tempo”, e pior, nem sempre o tempo é proveitoso, e sim muito mais necessitado de tempo. O passado para quem soube construir seu legado, se constituiu em exemplo de quando a vida era vivida de modo a considerar cada momento como se singular e para o bem de todos da cercania – “francisquense ausente”, grupo que inclui todos aqueles que tendo construído uma história na cidade de Barra de São Francisco, norte do estado do Espirito Santo. Segundo o IBGE, em 2010 sua população era de cerca de 40.649 habitantes, e em 2019 era 44.650 habitantes. Assim, tem merecido o nosso apreço pelo bom exemplo de uma geração que soube contar seus dias com sabedoria e ainda trazendo em lembrança o seu legado de amor à sua terra e também aos seus antepassados que a tem construído. Desta forma, o passado tem se renovado no presente, trazendo alegria e boas recordações.

05-11-2021