A REVOLTA DA ÁGUA

Teve um dia em que a água acordou injuriada.

Estava cansada daquela vida líquida e monótona.

Não aguentava mais ser rio, mar, chuva, orvalho, essas coisas.

Estava cansada de irrigar o chão, ser barragem, saciar a sede das pessoas e bichos.

Até da sua participação especial no tal dilúvio não trazia mais alguma emoção.

A água queria um papel mais marcante no universo e não teve dúvida, foi até a sala do dono do show fazer valer sua indignação.

Deus tinha bem mais o que fazer e se preocupar, do que ficar atendendo reivindicação da molhada criatura.

Mas se comoveu com aquela história.

Olhou pra água e começou a pensar numa maneira de usá-la que fosse bem mais relevante, bem mais necessária e bem mais útil do que a banal forma de rio, mar, chuva, barragem, orvalho e por aí vai.

Foi assim que nasceu a lágrima.

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 09/11/2021
Reeditado em 09/11/2021
Código do texto: T7381674
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