Na Livraria
Na livraria, eu folheava divertidamente o "Ecce Homo". O jovem funcionário se aproximou e perguntou que tipo de leitura eu procurava. Disse que gostava de filosofia e literatura clássica. Quando pensei em dizer-lhe que o Nietzsche estava na seção errada, ele mais rápido disse-me:
- Filosofia? Ah, sim, vou mostrar-lhe o melhor que temos em Filosofia, só um minuto.
Enquanto o esperava resolvi levar o confuso Ecce Homo aos seus pares, não encontrei e resolvi deixá-lo ali onde eu o encontrei. Mais uns instantes e o jovem vinha em minha direção esboçando um ar intelectual e em suas mãos uma porção de livrinhos do Cortella.
- Aqui está senhor, tenho certeza que vai gostar muito desse filósofo.
Disso seguiu uma breve biografia do filósofo tupiniquim. Por fim, disfarcei, olhei para o lado e confessei minha ignorância, disse-lhe:
- Te agradeço, meu querido, mas ainda não cheguei nesse nível filosófico, ainda estou engatinhando pelas vielas atenienses e me aventurando em meio a ruelas sinuosas de uma Europa ainda juvenil.
Despedi-me e levei uma ediçãozinha do Ecce Homo como passatempo.