PERSONAGEM DA VIDA

 

Inocente como uma criança, pálpebras caídas que o obrigavam a manter a cabeça erguida para poder enxergar. Caminhando pelas areias da praia com chuva ou com sol, com a mente totalmente desligada das mazelas da vida, alheio ao movimento ao seu redor, lá ia ele, com uma máquina fotográfica nas mãos, que provavelmente não funcionava e com um filme talvez imaginário. Levantava a máquina, focalizava e fotografava o céu, o mar, as pessoas fazendo ginástica, etc.

Tudo para ele era digno de ser fotografado. Quem foi essa criatura num passado não muito distante?

Um médico?

Um engenheiro?

Um repórter fotográfico?

Um João Ninguém, um nada...

Mas como nada, se cada um de nós é o maior milagre do mundo?

 Somos nada para o mundo e tudo para Deus.

 O maior milagre do mundo, que o homem jamais conseguirá realizar, mesmo em tentativas constantes.

Cópias, falsificações aparentemente perfeitas externamente, mas interiormente falta a essência divina. Como tudo que é falso, deteriora e se desfaz diante da passagem implacável do tempo.

Esse personagem da vida, mesmo alheio ao mundo, carregando dentro de si a inocência de uma criança, é verdadeiro. Tem dentro de si a essência divina que não se apaga, não se desfaz, permanece intacta na bagagem do espírito.

 

MARILZA PEREIRA CALSAVARA

MDLUZ

04/11/2021

 

MDLUZ
Enviado por MDLUZ em 04/11/2021
Reeditado em 05/11/2021
Código do texto: T7378565
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