O " falso moralismo " da sociedade
O Brasil é um exemplo quase que inquestionável do " falso moralismo ". São incríveis as artimanhas usadas nos meios que resultam nos mais caóticos fins. Leis e projetos aprovados, em qualquer um dos três tipos de Poder são em sua maioria, fantasiosos e inconcebíveis.
As leis de proibição por exemplo, se tornaram desnecessárias e vazias, pois é nítido que a maioria não vigora e a razão é simples : o dinheiro que a ilegalidade movimenta.
A proibição, de qualquer tipo, acaba tendo - estrategicamente - um efeito contrário. O ser humano tem uma tendência a gostar do que lhe é negado, a sensação de fazer o que não pode o engrandece, logo a procura é grande e a consequência são lucros maiores.
Ora, se tudo que é ilegal atrai as pessoas e seu dinheiro, porque não continuar a proibir? Deste modo, as altas quantias pagas em troca de uma permissão provisória do que na teoria é proibido, continua a favorecer os órgãos que se vendem.
É uma hipocrisia reclamar de certas ilegalidades num país que é vergonhosamente comandado, em sua maior parte, pelo dinheiro. E a sociedade, que tanto se preocupa em ostentar uma imagem íntegra, mostra-se tão desonesta quanto quem faz o " trabalho sujo ".
É fácil reclamar, julgar e cuspir palavras, mas quem é que contribue para a manutenção da riqueza dos que se vendem ou que praticam atos ilícitos? é a mesma sociedade que se comove com propagandas e mortes, porém quando algo distorce sua imagem, aparecem os falsos sermões sobre respeito e consciência e as vazias e ensaiadas passeatas por paz.
A elite brasileira, a qual enriquece junto com o Estado e ás vezes até tem dificuldade em aceitar isso, não tem moral suficiente para reclamar ou discutir algo como proibição, visto que devido sua posição, dificilmente algo lhes é proibido. E essa é só mais uma maneira de mascarar um estratégico meio que leva a um vergonhoso fim.