O HOMEM. AS ERAS . ERA DA INFORMAÇÃO.
Seguindo a ciência ou as crenças, cada ser humano com suas convicções, eleitas conforme seu discernimento vivencial orientado relativamente à origem da humanidade, constatou a evolução do homem ao ficar de pé, desde as cavernas, fazendo sua caminhada até os dias de hoje.
Da necessidade de defesa para sobrevivência, como notório, repelindo o homem animais selvagens e competidores iguais em força, até à globalização da atualidade, eras de diversos andamentos existiram.
Os estudiosos, através da antropologia, perquiriram a história por seus métodos de aferição disponíveis, principalmente pela revelação da arqueologia. Ficaram, portanto, as eras remotas, desde a caça até a agricultura, desnudas aos olhos incisivos e agudos da pesquisa, descritas com segurança e certezas temporais inquestionáveis, por registros que só mais se enriquecem com novas descobertas ao curso dos tempos.
Nesse universo amplo de percurso inesgotável da perseguição de ocorrências passadas e seus rumos diferenciados, surge a teoria das múltiplas inteligências aliada à multimídia na educação, o grande passo que as nações devem dar para saírem da estagnação social para a conquista dos maiores valores que propiciam a qualidade da coletividade no ser e existir, não só no preparo formal e oficial, diga-se, tão decadente.
Ensina a professora da USP, Brasilina Passareli, que Alvin Toffler, disseminou entre todos a ideia de que o homem tem vivenciado uma sucessão de eras e que, cada uma delas, possuiu características que determinaram o seu futuro. Mostra a metamorfose da vida com a descoberta da agricultura e seu surgimento que estabilizou-se por 6.000 anos.
O fundamento maior de existir era a organização do alimento no entendimento da educadora, o que desponta como indiscutível. Seguiu-se a era industrial com as revoluções conhecidas, com três séculos de existência, chegando-se a atual era da informação.
Manifesta-se a nova fase pela comunicação, substituído o produto pela informação, com a novidade de construir-se a educação sobre novos princípios de autonomia no aprendizado.
O mundo da comunicação sinaliza atributos como interatividade, agilidade, mutação célere, absoluta globalização externada na vontade da aproximação plena e rápida que afasta distâncias.
Há um marco de evolução que de certa forma apaga individualismos, cedendo o egocentrismo, vicio de personalidade muito forte, a essas premissas que demandam o global. Abrem-se novos horizontes que humanizam condutas. Perde-se ganhando, valha o paradoxo. Submete-se o individualismo à relação plural aberta onde não frequenta o eu-próprio. Ganha a civilidade e a civilização na roda do mundo do contato de todos unificado.
As capacitações tem um novo fenômeno a provocar surgimento de vocações escondidas da publicidade e da utilidade.
A importância de uma nação será determinada pelo valor potencial daquilo que os cidadãos podem somar ao conhecimento global, criando onde somente formações sofisticadas criavam. Há uma prioridade para o conteúdo, respeitado em parte o veículo (linguagem), sem rigorismos que prejudicam o pensamento. De uma certa forma cedem a gramática e a língua para darem acesso ao novo, sem a incidência em solecismos não permitidos na convenção linguística e sem admissibilidade de neologismos que mesmo assim se concretizam.
Desenha-se uma sublevação mundial contra paradigmas assentados na estagnação motivada pelo formalismo que barra o pensamento e a congregação das várias correntes de múltiplos conhecimentos; dá-se uma erupção quase vulcânica na comunicação, que traga o imobilismo firmado na encosta da pretensão acadêmica, na descida da lava da informação que toma conta de todos os espaços, preenchendo-os.
Febrilmente todos, qualificados ou não, com seus verbos onde vale mais o conteúdo útil do que a forma vernacular, deixam públicas suas ideias e vontades, o que é desejável para a riqueza do pensamento na troca de experiências e possibilitam o esclarecimento.
Novos seres habitam a "aldeia global" de Marchal Macluhan, para quem a época da eletricidade sepultaria a prensa, do que com respeito discordo, já que este novo tempo preservará o papel, o livro, sem prejudicar a velocidade da informação e seus meios.
O elo causal do pensamento se consolida após a chegada do homem no planeta, da ancestralidade única de Huxley, que está se fechando e se provando. Há uma revolução sem sangue ou atrocidades trazidas pela violência; estamos na era da informação onde o computador se põe como a maior viga de sustentação do conhecimento.
Nunca tantos aprenderam tanto em tão pouco tempo, embora sem formações que abrissem tal expectativa, ainda que com nível superior, estes, muitos, sem exercício ou estudo de suas profissões. A grande mola é a motivação ensejada. Já testemunhei pessoas absolutamente inativas, principalmente idosos, onde o computador abriu uma janela espaçosa para o mundo, a "aldeia global", inserindo-se na cadeia informativa. Alguns com rede de correio de mais de cem internautas amigos.
Relativamente às primeiras eras há diferenças profundas no processo de mudança histórica.
Remotamente os intelectuais acreditavam haver uma ideia social, política ou espiritual transcendente que tinha que ser alcançada através da educação, ao passo que as escolas contemporâneas objetivam o ideal do tecnocrata, para formação de pessoas que têm apenas faculdades de habilidade, com perfil sem integração de conduta moral ou social e seus valores fundamentais. O conhecimento, hoje, é uma rede de ideias interconectadas que atravessam vários domínios. A escola convencional tem ótica meramente paroquial.
Em pleno século XXI não se pode ficar indiferente às alterações que os meios tecnológicos de comunicação chegados introduziram na sociedade contemporânea e, principalmente, perceber que os mesmos estabeleceram métodos alternativos de adquirir conhecimentos e aprender o mundo em que vivemos, cada um com sua capacitação individual, porém girando na grande máquina que é o computador. A semiologia, também, está presente.
Esse o grande projetor das novas mentes que se organizam e mostram-se com força de ser e saber. Essa conquista é além de magistral, sinalizadora de uma conversão para melhor em termos de humanidade.
A motivação vem embalada na intuição e na descoberta, senso que é prazeroso para quem descobre. Isto é propulsor da continuidade. Já debati, no bom sentido, com internauta divergente, assimilando seu universo que compreendi e o conduzi ao esclarecimento.
Em dado momento referiu que não tinha tido oportunidades. Disse-lhe então que ele podia visitar e revisitar o mundo por seu computador, ir ao Louvre e ter o prazer de visibilizar a Vitória de Samotrácia, ver a pedra negra de diorito do Código de Hamurabi, o primeiro código formal do mundo, extasiar-se com os escravos de Michelangelo, ir a Roma e mergulhar na história, à Suíça, Grécia, ao Metropolitan e seu fantástico acervo, a qualquer verbete da WEB, etc. Em princípio não precisava de escola e de livros, só de seu computador e de vontade, que ele tinha.
Me agradeceu em determinado momento, me chamou de fantástico e disse que estava indo embora do site; descobriu o mundo. A Teoria das Múltiplas Inteligências da Professora Passareli, constitui um dos arcabouços teóricos possíveis para justificar a utilização da hipermídia, multimídia, como uma tecnologia capaz de falar ao homem possuidor de várias inteligências desconhecidas, por si e pela sociedade. Facilita-as e faculta-as a informatização.
"Quando a informação se move a uma velocidade elétrica, o mundo das tendências e dos rumores torna-se o mundo real." Macluhan.
É essa velocidade bem vinda `as inumeráveis possibilidades de acesso ao conhecimento que deve ter tratamento especial da educação e dos educadores, bem como do Estado, motivando alunos sob prismas totalmente diversos, ao mesmo tempo que alcança e deve alcançar àqueles sem preparo formal e, esse, é o grande "plus" nesse novo meio de acesso. Tudo sem prejuízo das formações apuradas dirigidas conscientemente a maiores indagações.
A nova era, sem dúvida, trará mais união e entendimento. Já se sente a força de sua influência, principalmente no conhecimento.