Perfis - BVIW
Escrever ou não escrever, eis a questão. Mas, para quem? Quem é o seu público-alvo? Aquele que a flecha do entendimento mexa com o seu estado de espírito. Porque tudo depende do momento e das circunstâncias. O indivíduo é um ser em constante evolução e mudança, e o que hoje faz sentido amanhã será interrogação. Os gostos não obedecem uma cadeia linear, eles são assimétricos e atemporais. Outra coisa é a linguagem empregada. Nem todos são eruditos, e a norma culta é tabu para a geração sem qualidades. Há quem goste de gíria, de mimi, de abreviatura e termos superficiais. Neste sentido, quem escreve deve passar um pente fino nos excessos, e tudo de mais é poluição intelectual. A arte de escrever está intimamente ligada à cultura do escritor, vez que, sua base literária comandará o conteúdo, a linguagem e o poder de persuasão. Essa varredura só deve acontecer quando o objetivo estiver bem delineado. Nem todo mundo quer se tornar João Ubaldo Ribeiro ou Ariano Suassuna. Pôr vezes, escrever é tão somente uma inquietação da alma, não um ofício. Se o ato de escrever desperta uma atenção positiva, bravo. Do contrário, será mais um diário pessoal. Entretanto, para aquele que debruça-se sobre à escrivaninha e tece trabalho é diferente, pois levará em conta o estudo gramatical, literário, tendência e perfil do leitor.