O MAR

O MAR

Era fim de tarde, então sentei nas pedras que circundavam a região costeira de mar aberto e fique embevecido a contemplar o infinito e matutando. Que movimento era aquele de leva e traz sem fim da maré.

Quantos milhares de anos aquilo acontecia sem interrupção, o mar me embalava num ninar idêntico ao de uma mãe carinhosa pondo seu rebento para dormir. O som produzido pelo encontro das ondas com o rochedo ajudava ainda mais no processo de encantamento irresistível que estava vivendo.

Entorpecido pelo som recordo me com clareza da última cena fixada em minha mente. Minha mãe IEMANJÁ, dizer dorme meu filho, estarei aqui velando teu sono do mesmo modo que velo este mar e nada de ruim acontecerá nem a ti e, nem a ele.

Dorme filho amado no embalo do berço de concha que preparei para ti. Agora te guiarei na centelha de tempo que estaremos juntos num passeio onde responderei as indagações que tanto afligem tua alma, mas, como sabes não guardaras lembrança alguma do nosso momento.

Com o passar do tempo surgirão recordações em forma de sonho então poderás escrever conforme a tua sensibilidade. Use a mesma narrativa que descreveste o nosso primeiro encontro ocorrido ainda na tua infância.

O sol estava se preparando para o ocaso e eu precisava voltar para o mundo dos vivos e deixar de sonhar acordado. Pôr os pés no chão e caminhar para casa.

Salve minha mãe Janaína.

Salve minha mãe IEMANJÁ.

Odoya Iemanjá!.......

Fiquem com Deus.

Espírito Escritor
Enviado por Espírito Escritor em 31/10/2021
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