O Cachorro Quente.
À noite, na praça da cidade, encontrei-me com o Wilson. O meu amigo fora marinheiro como eu e estava contente com o nosso encontro.
- José, que beleza eu te ver! Tudo bem, seu cabo? – Você não apareceu! Esperei em casa e nada – disse-me entusiasmado – Quer me acompanhar numa cerveja? Vamos bater um Qso? – convidou-me
- Não, já estou voltando para casa! Vamos toma-la numa próxima...
- Ah, tá certo! Mas apareça! Já que falou que ia lá em casa!
- Tá certo, pode deixar! – Tranquilizei-o no mesmo instante.
Eu tinha um cachorro quente nas mãos e ofereci aos dois, ele e um amigo que trouxe consigo.
- Quero, sim meu chapa – E deu uma mordida em que a metade sumiu em sua boca – Não tem ai um refrigerantezinho, não meu chapa? – Eu respondi a ele que não, porque o cachorro-quente tinha me custado tudo que tinha no bolso...
- Tá certo! Mas, na próxima vez, vê se faz o serviço completo, tá legal? – Me olhando com ar de aborrecimento por satisfazer por completo sua vontade...
- De boa, pode deixar que eu vou me esforçar, cidadão! Eu peço que não me leve a mal por não ter-lhe satisfeito.
- Tá de boa! – Mas não esqueça, eu vou cobrar! – Me olhando fundo nos olhos proferiu estas palavras.
Dei graças a Deus porque alguém como ele já se mostrou o que é, mas não vou julgar seu procedimento: quem sou eu para tanto!