O Sonho Que Não Consegui Concretizar,
O Sonho Que Não Consegui Concretizar
Eu tinha já comigo a certeza do futuro em minha vida. Queria fazer carreira como militar na Marinha de Guerra. De origem humilde, vim do interior do Espirito Santo decidido e me alistei. Fui mandado, a princípio, para o Curso de Formação de Reservistas. Eu não tive a oportunidade de estudar, pois morava na zona rural de Cachoeiro de Itapemirim.
Desde criança, ao escutar de um tio, da Reserva da Marinha do Brasil, o desejo de sair de minha cidade e conhece o mundo. Meus pais sempre apoiaram meu sonho e fizeram sacrifícios para que o concretizasse. Tentei a Escola de Aprendizes-Marinheiros do meu estado, no entanto, nas duas vezes que fiz a prova não bem sucedido e, como última tentativa, me alistei. Fui mandado para o Rio de Janeiro. Fiz o Curso de Reservista e passei o período obrigatório de quatro meses de formação na Escola Naval. De lá me encaminharam para Primeiro Distrito Navaol, onde fiquei servindo e aguardando o engajamento e a tão sonhada carreira militar.
Procurei fazer economias, para ajudar meus pais e, ao mesmo tempo, manter meus uniformes de andaima sempre impecáveis. Não me deixava abater por comentários dos marinheiros mais antigos, principalmente dos que eram “baixas”. Muito católico de criação, rezava com fervor e confiança. Apesar de todos os comentários adversos e desanimadores, tornei-os um incentivo para o meu sonho.
Recorri fervorosamente à Nossa Senhora, porém minha mãezinha me reservou outros caminhos. Fui mandado embora “ex-ofício”. Chorei muito, mas segui em frente