Vamos criticar, e criticar, e criticar...
- Na teoria que aprendi, ninguém, e nenhuma idéia, está além da crítica. Tudo pode ser criticado; nada merece elogio, tampouco respeito.
- Tal teoria, penso, que ensina a criticar, e a criticar tudo, é um desserviço à inteligência humana, pois, ninguém sensato ignora, muitas coisas, e coisas de valor, que os humanos criaram merecem elogios, e seus criadores prêmios.
- A crítica à teoria que aprendi, crítica que você apresentou, não merece atenção, é infundada, e favorece a ausência de crítica e a submissão dos humanos a certas pessoas e idéias.
- A crítica que você fez à crítica que eu fiz à teoria que você defende não me parece sensata. A teoria que você defende estimula o que há de pior no ser humano, que, se seguir os ditames dela, teoria que você entende ser o suprassumo da inteligência humana, nada cria, tudo critica, e critica para destruir.
- Você apresentou uma crítica injustificável à teoria que defendo, teoria que defende uma idéia bem simples: tudo pode ser criticado, tudo, absolutamente tudo.
- Tal teoria não produz nada de valor, e tudo corrói, e tudo destrói.
- A teoria se sustenta em seus elementos básicos.
- Ela pode ser criticada da mesma forma que se critica outra teoria qualquer.
- Não, não pode. Se ela é criticada, e tem revelada suas inconsistências, caso as possua, perde o seu valor intrínseco.
- Mas se a ela não se admite critica, então ela não tem valor intrínseco algum, pois se se parte do pressuposto de que tudo o que existe pode ser criticado, então ela, a teoria que você defende, que existe, e porque existe, pode ser criticada. E quem a criou tambêm. E você tambêm pode ser criticado.
- É aí que você se engana, pois quem a pensou é intelectual, e eu tenho preparo intelectual, e você não, afinal, li os livros dele, do intelectual que concebeu a teoria que eu defendo, intelectual que é reconhecido internacionalmente, por inúmeras instituições renomadas, como um dos mais importantes pensadores modernos, e seus livros estão nas bibliotecas das universidades, autênticas guardiãs da inteligência humana.
- As bibliotecas tambêm guardam os livros que tal intelectual critica fazendo uso da teoria que ele inventou, portanto, os livros dele tambêm podem ser criticado, e ele também.
- Não. Não podem.
- É claro que podem. Para que a teoria dele tenha consistência deve-se admitir que ele e a teoria dele sejam passíveis de crítica.
- Mas a teoria dele perde valor se submetida à crítica.
- Por que perde valor? Ela é inconsistente? Tem falhas?
- Não. É perfeita.
- Se é perfeita, que seja criticada; assim, resistindo às críticas, retirando-se ilesa do confronto, prova-se perfeita.
- Não. Nada disso. Que ninguém a critique!
- Você está me saindo àquela gente que diz que tudo é relativo, mas confrontado com uma objeção, que aponta que a idéia que ensina que tudo é relativo, sendo relativa, admite que ela seja absoluta, perde as estribeiras, e descarrega um turbilhão de insultos em cima de quem a questiononou.
- Você tem diploma?! Não tem! Então, cale a boca! Você não tem preparo intelectual. Imbecil! Mostre-me o seu diploma! Mostre-me o seu diploma! Não tem! Não tem!