O cantor Silvinho
Quem é que não sofre por alguém?
Assim começa o grande bolero, sucesso dos anos 60, composto em parceria com Maurílio Lopes e interpretado por uma das vozes masculinas de timbre mais potente e agudo: Silvinho.
O bolero Quem é alavancou no início dos anos 1960 a carreira desse cantor em quem foi cunhado o epíteto genérico O rei do bolero e da seresta.
O período áureo da carreira de Silvinho no Brasil aconteceu na primeira metade dos anos 1960. No embalo do êxito de Quem é, música gravada em 1961 e incluída no primeiro álbum do artista, A revelação: Silvinho (1962), o cantor lançou LPs como O sucesso: Silvinho (ainda em 1962), O ídolo do Brasil (1963) e Nos degraus da fama (1964).
Feitas no ritmo do bolero, essas perguntas tristes ecoaram em vozes robustas como as dos cantores Agnaldo Timóteo e Gregorio Barrios.
Silvinho, como o cantor fluminense ficou conhecido nos anos 1960, Revelado nos anos 1950 em conjuntos vocais como Os Trovadores e Trio Quitandinha, o cantor morreu há dois anos no dia 2 de novembro, em Petrópolis (RJ), onde residia e onde foi enterrado no mesmo dia da morte, ocorrida a pouco mais de um mês de o artista fazer 88 anos.
Sua primeira música foi “Assim como as flores morrem”, do ano de 1946. Seu grande sucesso, Quem é?, vendeu milhares de cópias em vários países do mundo
Já em 1963 faria sucesso com a gravação de “Esta noite eu queria que o mundo acabasse, canção posteriormente regravada por Waldick Soriano e Núbia Lafayette e, mais recentemente, por e José Augusto, em 1995, e pelas duplas de música sertaneja Chrystian & Ralf, em 1985, e Bruno e Marrone, no ano 2000.
Silvinho gravou 50 LPs, 25 compactos e 50 CDs, e tendo participações como convidado dos principais programas de rádio e televisão do país. Foi premiado com os mais importantes troféus da música brasileira, tais como: Chico Viola, Roquette-Pinto e Buzina do Chacrinha
Curiosamente, o segundo maior sucesso de Silvinho – a foliã Marcha da coroa (1962), composta pelo artista com Carvalhinho e Jair Maia – aconteceu fora da seara sentimental do bolero e das serestas, tendo sido lançado para o Carnaval de 1963.
Como muitos artistas desse segmento mais popular, Silvinho atuou também em mercados afins como os da Argentina, Chile, México e Uruguai, favorecido pelo fato de a língua sentimental do bolero ser de domínio universal.