ESSÊNCIA. ESPERANÇA. CARIDADE. BONDADE.

Tales de Mileto que viveu em 625/546 a.C. defendia a existência de uma substância fundamental que dá origem ao movimento e à transformação da vida. Para ele, o princípio de tudo é a água. "O morto resseca, enquanto os germes são úmidos, e os alimentos cheios de seiva", afirmava. Que essa água-essência traga não o desastre, mas bênçãos dos céus, quando os homens se entregam cada vez mais ao enfrentamento sem trégua.

Os batismos são feitos com água, bom de dizer, em todos os credos onde Jesus está presente.

Por Ele, dar a mão não é faltar com a verdade, antes é ser mais franco que a franqueza, apontar a ausência de solidariedade e a egolatria que povoam as mentes, algumas pequenas como origem, outras pequenas como pretensão.

Censurar o indiferente é força, o ausente de amor com tudo e todos deve expiar para tentar melhorar.

A palavra da bondade deve ser ouvida com a sinceridade até da aspereza, naquela a caminhada, nesta a missão, que ilumina esclarecendo. A formulação da essência do notável pensador encontrou o saber explicando o universo, ainda mitologicamente.

Temos na metafísica de Aristóteles o semeador dessas ideias. Nelas a essência é ser pessoa reconhecendo e doando bondade cuja porta não se abre só para si. É vendo a floresta que podemos distinguir a árvore, sem esta aquela ficaria nua, como o sistema humano frustrado de valores. Ninguém sobrevive sozinho, fechado na cela do interesse e na negra sombra do ego que divide sem somar. Subtrair é expurgo do sentimento que devasta e deprime.

Essência,caridade, bondade, doação, solidariedade, é tudo um.

Água, ondas transponíveis, essência. Nos resta um terço de massa, a cabeça é a parte mais pesada do corpo. Quanto de “essência” teriam os neurônios? Como pesar a essência, invisível, o outro lado da linha? Essência... Quanto de caridade, bondade? Quanto de desamor?

A linha divisória entre o digno e o indigno está no Ser Supremo Invisível, no arbítrio facultado, o que poucos veem. Como achá-lo em essência plenamente? Sabemos que “Ele é”, não “Como É”, não tem forma, mas forma a essência absoluta, sem finitude, onde não há água, massa, linhas divisórias, só a paz e a conciliação, o encontro da gratidão com o coração.

Onde está a caridade? Na honra do fazer que emociona e move a grande montanha do coração, farto em bondade no bondoso.

Amor é ação heróica, caridade, ausência de egoísmo, proteção e desvelo ao irmão em todos os graus, nos de sangue, impositivo e essencial, nos universais mera generosidade de alguns. Mas é também, trabalho, luta pelo melhor, qualidade, ESSÊNCIA.

Só o bandido é um Caim, egoísta, falaz e mentiroso, mas chegou à vida como filho de Deus.... também. Como o invejoso bíblico vê a inveja nos outros, e assim a declara existir, nos outros,e o faz primariamente, quando mora em si mesmo, e expõe sua inveja sem sentir, mostrando seu interior pequeno.

Sobre a Cruz descansa a essência do mundo. Não é em vão que permanece como ressurreição, essência, novo que descerra sempre e novamente o nascimento, o novo essencial para alimentar a esperança.

E a natividade se faz presente de novo, a cada nascimento, na criança, bandeira do futuro, da esperança que se foi, mas a fogueira do amor lança suas labaredas, esperançando, amando.

Quanto mais desacredito nos homens, mais insisto em ser bom.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 25/10/2021
Código do texto: T7371459
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