DE ABELHAS, COLMÉIAS E REMINISCÊNCIAS...

Outubro 23, 2021

Hoje, ao assistir um pequeno vídeo onde um homem mexia numa colméia surgida num dos galhos de um pequeno arvoredo na beira de uma rua num lugar qualquer, atentei para alguns detalhes que, geralmente, escapam a muitos ou à maioria.

Ele deu-me a parecer um apicultor autônomo. Mas pelo manejo que desenvolvia ali, mostrava ser um profundo conhecedor desse tipo de criatura, haja vista que não usava nenhum apetrecho protetor, bem como cortou os galhos onde essas abelhas haviam se reunido, apenas colocando embaixo dali, no solo, uma pequena caixa de madeira como uma colméia improvisada, digamos.

O que surpreendeu-me foi o fato das abelhas retiradas dos galhos e guiadas até a referida caixa, procediam de forma disciplinada a entrar nela, como se aquilo fizesse parte automática daquela manobra. Há que se registrar também que este homem usava um instrumento sanfonado que produzia fumaça e elas, sequer, demonstraram molestá-lo uma única só vez.

Essa manobra deve ter durado de uma para três horas, com certeza. E mostra o quanto alguns conseguem conhecer e absorver as corretas ações de um viver seguro e produtivo, além de didático para outros. Mas esses outros devem, obrigatoriamente, terem a vontade de aprender.

E esse episódio lembrou-me de fatos da minha própria vida. Porque desde garoto ouvia minha mãe contar a respeito do meu avô materno, que morava e vivia num sítio no interior de uma cidade sergipana. E ele também sabia manejar com abelhas, desprovido de qualquer equipamento de proteção/segurança, e também fazia só o uso da fumaça. No caso dele, de um cigarro. O detalhe é que nem fumava, só o usando nessas circunstâncias.

Infelizmente pouco convívio tive com esse avô. E apenas por poucos dias estivemos juntos lá em Lagarto-SE, quando com uns dez anos de idade, minha mãe e meus dois irmãos fomos levados por ela até lá onde ele vivia, mas já o encontramos estirado numa cama, com uma doença que o imobilizou quase que totalmente e o impediu de nos reconhecer.

Eu e os meus, morávamos na cidade do Rio de Janeiro, e fomos para Sergipe numa viagem de trem, que levou vários dias, que não sei precisar quantos, pelo fato de ainda ser um garoto naquela época. Mas felizmente voltei lá por várias vezes. Mesmo que avô e avó já não existiam mais. Uma pena.

Atento Observador
Enviado por Atento Observador em 23/10/2021
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