Mini crônica: Procura-se
Perdeu. Esquecera em algum lugar e não conseguia se lembrar onde. Só sabe e sente que ela não está mais com ele. E é tão ruim andar sem ela. O corpo fica pesado, os olhos embaçados , a mente confusa. Mas não se lembrava onde nem quando.
Teria sido dentro de alguma gaveta, em casa ou no trabalho? Ou teria sido em algum bar em que parou para tomar uma água tônica para melhorar o estômago?
Não conseguia se lembrar.. Onde teria sido? Teria sido dentro do ônibus, nas idas e vindas para o trabalho tão cansativas? Ou naquela noite que não conseguiu dormir pensando nas dívidas e ficou andando sem rumo, pela casa afora.
Por mais que se esforçasse não conseguia se lembrar. Só sabe que a perdera. E poderia ter sido em tantos lugares pois, sempre andava com ela. Sempre. E era tão bom! Tão bom!..
Onde poderia ter sido? Onde? Talvez a esquecera em cima de algum telefone público quando estava falando com alguém sobre a situação do país. Poderia. Poderia... Ou teria sido em algum balcão de supermercado, onde muita gente também já haviam perdido a sua e depois voltando não encontraram mais. Onde poderia ter sido? Onde? Onde?
Mas um dia veio a surpresa: achou a esperança de novo! . Mas não foi em nenhum desses lugares que pensara tê-la perdido ; foi num sorriso que viu nos lábios de seu filho. Onde seu filho a encontrara, nunca ficou sabendo.