CÓDIGO "SECRETO" MILENAR

CÓDIGO "SECRETO" MILENAR

Desde menino jamais brinquei com Religião, com nenhuma delas, respeito todas... não ignoro que todas têm sua energia atemporal, etérea, "de outro Mundo", inclusive as que brancos -- ou melhor, católicos ou crentes -- definiram como demoníacas, sem nada saber delas, como o Candomblé, a Maçonaria, a Umbanda, as práticas de pajés, "macumbeiros" e "feiticeiras". Ainda crianças, 4 ou 5 anos, nossa mãe nos levou a um "pai de santo loiro, olhos azuis, um tipo do Ceará ou Pernambuco. "Pai Rangel" "nos enfumaçou" com seu charutão fedorento, bateu nossas cabeças uma contra a outra diante de uma caveira horrenda, tôco de vela acesa em cima, uma visão pavorosa para um menino de 5 anos. Odiei tudo aquilo... adiante surgiria ao lado de nosso barraco o "gongá" de "Pai Jorginho", mulato forte e alto, visivelmente gay. Sem escolha, acompanhei as sessões anos a fio, varando as madrugadas... e fora os sacrifícios de animais, eu adorava tudo, os cantos e toques, a "encenação" trazida da Mãe-África através do Candomblé, do qual aquele "teatro sacro" era uma adaptação respeitosa.

-- "Onde quero chegar" ?!, se pergunta o leitor, curioso.

Tenho lido quase tudo o que me vem às mãos sobre Filosofia, da qual as religiões acabam sendo tema, extensão, por vezes base. Recentemente "devorei" obra sobre a Kabala; tais conhecimentos -- como os da Maçonaria, Esoterismo, etc -- eram restritos e no Século 21 estão ao alcance de qualquer mortal. Do tal livro, "adaptando" a prática religiosa para a vida comum, o dia-a-dia de cada um, surgiu uma "tabela" de símbolos, caracteres semelhantes à escrita oriental, que chamou minha atenção: seria um dos primeiros "códigos secretos" da Humanidade, apenas que não era SECRETO, não só Moisés como os judeus todos -- os praticantes da Kabala, no caso -- o conheciam. Meu interesse por uma "escrita oculta" veio por acaso: como meu tio lia em 1967 (antes de mim) as cartas me enviadas do Rio por meu irmão gêmeo, este combinou usar o teclado da máquina de escrever para as mensagens "cifradas"... assim, trocava-se a letra real pela terceira após ela, percorrendo de forma circular os 3 "degraus" do teclado. Tio "Nato" desistiu após a segunda carta "em grego" ! Daí por diante interessei-me vivamente pelas escritas antigas e as possibilidades de mensagens "em código" usadas desde os primeiros séculos, os famosos "enigmas", mensagens de duplo sentido.

Na verdade, toda escrita é secreta se você desconhece o alfabeto com a qual foi registrada, daí ignorarmos as mensagens de vikings, maias, astecas, polinésios e outros povos antigos. O código Morse, o dos radioamadores do século passado, as bandeirolas dos campos de pouso de aviões e as da Marinha, o jargão técnico das muitas profissões... tudo isso é código, até um idioma, para quem não o conhece !

No livro sobre a Kabala, o autor Ian Mecler argumenta que se criou tabela com os "72 NOMES de Deus" a partir de 3 símbolos (ou letras) cada, baseadas em três textos bíblicos que narram a travessia do Mar Vermelho pelos judeus errantes. Curiosamente, os 3 versículos têm exatos 72 símbolos cada um, permitindo assim formar-se uma tabela "sem sobras". Idiomas como o japonês, o árabe e o iídiche são lidos da direita para a esquerda e de cima para baixo o que, em relação ao Ocidente, já seria "sugestão" para criação de um código, como se vê nas revistinhas de "caça-palavras". O sistema "de substituição" de letras é o de uso mais comum e até o populacho tem o seu, "a língua do P", isso quando não escrevem "ao contrário", repetindo o genial Leonardo da Vinci... quem diria, os israelitas inventaram o seu "código" há 2.500 anos, UM ESPANTO !

"NATO" AZEVEDO (em 19/out. 2021, 19hs)

OBS: lamentavelmente, o autor não me respondeu até agora... pretendia exibir os 72 quadrinhos com os tais símbolos, lembrando a escrita chinesa ou japonesa, porém não obtive sua permissão.