Pensamento refém
Há, de fato, coisas que não podemos explicar. Uma delas é certas mudanças de pensamento - não sendo um ditador das ideias, entendam. Um camarada, meio-dia, dizer que prefere azul, mas, quando o relógio bate a hora seguinte, fala que tem o vermelho como predileto... Me diga, como explicar essa inconstância?
Totalmente compreensível que as pessoas mudam a forma de pensar, é natural do ser humano. Todo dia pensamos ter certeza de algo e, instantes ou horas depois, arrependemo-nos e vemos nosso erro.
Mas há um momento que não esqueço, diz muito sobre certas influências nas nossas "certezas". Uma apresentação teatral. Os atores todos eram amigos. Todo ensaio havia um, em especial, entusiasmado e certo do sucesso da apresentação. Então, veio ela e aconteceu como ele imaginou. Todos, nos bastidores, contentes e comemorando; aquele da certeza parecia ser o mais alegre, falando alto o quão bom foi.
Até que minutos depois, depois de conversar em particular com uma "amiga", ele volta com a cara mudada e diz, em prosa com os outros, que tudo foi feito errado, que foi desastroso, que era melhor de outro jeito etc.
Nada prestou, foi ridícula a performance. Mesmo todos os atores (e a plateia, também) satisfeitíssimos.
Me diga, então, tanta assertividade, vinda da própria experiência (e também da verdade da emoção), em afirmar que aquilo foi bom, para tudo vir abaixo por causa de opinião alheia? É fraqueza do pensamento ou refém da aceitação de outrem? É, difícil de explicar.