BEIJAÇO – PARTE II OU ÊXTASE
– E se eu fechar essa porta?
– De jeito nenhum! Tá louco?
Nosso diálogo acontecia enquanto suas mãos (que mãos!) me revistavam inteira, subindo e descendo, com paradas em pontos estratégicos. Difícil resistir, e olha que eu tentei, quando “o ponto” é o ponto certo. Ô cabra certeiro, nunca vi coisa igual!
E naquela febre de emoções, embora eu disfarçasse meu interesse, talvez maior que o dele, eu me sentia cada vez mais vulnerável às suas investidas.
– Espera! Melhor a gente parar... – eu disse, quando tudo o que mais queria era chegar aos finalmente daquele amor desesperado.
– Mas... por quê? Você não quer?
– Porque não dá! Com que cara eu vou chegar lá fora e encarar o pessoal?
E mais investidas. E beijos ardentes. E toques certeiros. Loucura!
Por um momento, um breve momento, cessaram aos meus ouvidos a confusão de vozes, as gargalhadas, a música tocando alto e todo o movimento dos meus amigos.
E depois da volta à consciência, a volta pra sala. A cara tão lisa, nem parecia que era eu!