EQUILÍBRIO

12out21

Nascemos velhos, pois dependemos de todos e de tudo. Todas as emoções da criança se resumem em duas manifestações o choro ou um leve sorriso, mas é pelo olhar da criança que todas as verdades são trazidas. Inconscientemente as crianças nascem equilibradas.

Aí procuram os primeiros passos. Um engatinhar, um apoio para os braços e de repente andam em busca da liberdade. Liberdade de si mesmo, pois nada existe que as prendam. Nossas amarras são criadas por nós e têm o exato tamanho que as deixamos ter.

No nosso primeiro caminhar mais que a coragem, testamos o nosso equilíbrio, é ele que encerra a verdadeira razão de nossa existência.

Teimosamente, talvez tendo por motivação a nossa irracionalidade, vamos à procura dos limites, ou seja, corremos atrás do desiquilíbrio. É como se quiséssemos voltar a infância e desta forma vivê-la eternamente sempre procurando os primeiros passos.

Depois que pela primeira vez encontramos o equilíbrio para caminhar com nossos próprios pés criamos nossas próprias competições. Porém se entendêssemos que o primeiro equilíbrio é o equilíbrio supremo, ele bastaria para nos demonstrar que todos os limites foram superados e que nossa felicidade seria sempre nossa companheira de caminhada.

Queremos o desafio, afinal ficamos de pé quando resolvemos ficar, então por que não voar?

Ao julgarmos que andando sobre a corda bamba é que encontraremos a felicidade, nos enganamos redondamente, pois ela, a felicidade, estará sempre do lado oposto ao que estivermos, porque ela nos dá o equilíbrio.

Fio de arame esticado ou corda bamba e temos como rede salvadora apenas os nossos braços que estão ocupados em procurar a felicidade que é o equilíbrio. A felicidade só é encontrada quando ela nos encontra para isto precisamos de paciência e de resiliência. A persistência é obrigação da felicidade.

E assim vamos alternando um lado e outro no nosso caminhar pela vida tendo a felicidade sempre próxima. Deixemos que ela chegue nem que para isto voltemos a engatinhar.

Geraldo Cerqueira