Natal de Târgoviste
Em 16 de março de 2020, em relação à preocupante pandemia de COVID-19 declarada pela Organização Mundial da Saúde, a Rede de Bioética da América Latina e do Caribe - UNESCO, divulgou uma declaração que continha essas preocupações, entre outras:
“A situação atual demonstra a importância dos sistemas de saúde com acesso universal, que devem garantir acesso à saúde para toda a população, e as grandes fragilidades que os chamados sistemas de saúde de “cobertura universal” representam, pois a saúde de indivíduos e a saúde das comunidades dependem de seu poder aquisitivo. Isso resulta, portanto, na falta de atenção às necessidades de saúde de uma maneira abrangente (incluindo a prevenção de doenças e a promoção da saúde) que, além de promover a desigualdade, facilita a disseminação de doenças (como o novo coronavírus) para toda a sociedade. Os Estados devem ser obrigados a cumprir o direito à saúde: "não tomar medidas apropriadas para dar pleno efeito ao direito universal de usufruir do mais alto nível possível de saúde" e a falta de uma política nacional de segurança, implicam em uma violação de direitos fundamentais. Pandemias como o COVID-19 demonstram, assim, o grau de permanência em cada país e em cada comunidade. Essa pandemia reforça que é essencial ter orçamentos em saúde e educação que não sejam limitados ou condicionados por situações políticas ou econômicas, pois em casos de risco, a saúde pública deve garantir que toda a população possa contar com o necessário para garantir o acesso aos cuidados de saúde que certifiquem o bem-estar individual e coletivo”.
Sempre na contramão da ciência e ignorando os protocolos e determinações da OMS, o governo Bolsonaro atuou, desde sempre, como esclareceu a CPI, no sentido de faturar com a pandemia em detrimento da saúde e da vida dos brasileiros.
Porém, a conta está chegando, excelência! A Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) denunciou à Procuradoria Geral da República (PGR), que há indícios de irregularidades nas condições em que a pesquisa com proxalutamida, remédio experimental contra câncer de próstata, foi aplicada no Amazonas no tratamento contra a Covid.
De acordo com o documento, pelo menos 200 mortes de voluntários foram reportadas durante o estudo. A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) considerou a denúncia das mortes, uma das infrações éticas mais graves da história da América Latina.
O posicionamento da UNESCO encorpa o relatório final da CPI que indiciará Jair Bolsonaro, e pelo menos mais trinta, por crimes durante a pandemia, com encaminhamento do relatório ao Tribunal Penal Internacional.
Esses genocidas merecem o natal de Târgoviste, pelo mal que fizeram à população na área sanitária, social, humanitária, civilizatória e econômica.
Ricardo Mezavila