Um dia desses andei pensando como mudamos ao passar dos anos.
Antes os problemas pareciam simples, ou seriamos nós os simples? Mas tudo não parecia ter o peso que tem hoje.
Lembro-me bem daqueles tempos em que despreocupadamente eu olhava para um problema, e achava-o pequeno, por maior que fosse.
Ou quando eu deitava a noite e dormia um sono “inteiro” até de manha.

Hoje me vejo acordando de madrugada e pensando... começa a vir tudo na minha cabeça, como um filme que não consigo parar. Como uma cigana, começo a “ler”meu futuro, a me preocupar com minha filha, com meu marido, nas pequenas coisas, nos problemas que na verdade não tem solução.
E adianta isso? Claro que não.

Tento aplicar diversas regras de mentalização. Minha irmã me disse para eu tentar pensar num filme que gostei, e ficar relembrando as cenas. Esta técnica adiantou um pouco. Mas depois das cenas do filme, aparecem novamente os fantasmas.

Tentei Ioga. Achei que eu poderia me equilibrar mais. Que nada! Descobri que não gosto de meditar! No meio da primeira aula que fui (e que era grátis) vi todo mundo sentado naquela posição zen, a classe na penumbra, todos de olhos fechados, fazendo um sonzinho assim: “ziimmmmm”.... Tudo que eu fazia era olhar para o relógio e porta para sair. Que angústia! Gosto de relaxar dançando, música alta, nas minhas aulas de zumba.

Bom, voltando a angústia...
Tento viver o dia a dia, com muita intensidade (e vivo!). Mas o fantasminha do futuro esta sempre me perseguindo. As vezes, pego minha bola de cristal fajuta e leio meu futuro. Uma vez ouvi dizer que pensar no futuro é pensar no “vazio” e o “vazio”causa depressão.

Já tive depressão. Você já teve? Eh horrível. Tive há muitos anos atras, e não há nada que descreva essa sensação. A gente esta num grupo, e se sente diferente de todo mundo. A comida, parece que estamos comendo palha. Uma sede nao sei do que. Mas passou, felizmente. Alias, durou muito pouco. Quem me conhece  jamais acredita que tive depressao. Entao ouvimos dizer que depressao “é o mal da humanidade”...

Mas nao pensem que sou pessimista. De jeito nenhum. Estou sempre feliz, a cantarolar, a brincar, como uma adolescente. Procuro ser feliz, mas não fiz vestibular para santa. De vez em quando me bate uma insegurança de viver.

Principalmente quando você vê que alguém bem do seu lado, fica doente. Outro morre. Alguém morre num acidente de carro. Uma mãe perde um filho. Ah! tantas coisas, tantas coisas! E estas coisas tem acontecido bem do meu lado.
Então aquele dia eu dou um super valor para tudo, para os pequenos momentos. Para as pequenas (e grandes) alegrias.

Quero ser forte! Mesmo acordando a noite, e me degladiando com aqueles mesmos fantasmas, quero ser forte. Ter uma fé maior do que a montanha, e lutar contra esses momentos .
Hoje li uma coisa que gostei e impactou-me! “Se der medo, finge que tem coragem, e vai com medo mesmo!”

Não é assim que as vezes temos que fazer?


 
Mary Fioratti
Enviado por Mary Fioratti em 11/10/2021
Código do texto: T7361014
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