Desejo amado

Era manhã de domingo e como podia em pleno domingo sentir um vazio tão igual, ela já não mais o sentia, ela já não mais o queria em sua vida, apesar do amor ainda está ali como um abraço forte em uma despedida, pudera ela sentir aquele abraço pela última vez, pois era nele onde ela encontrava abrigo, sossego e conforto.

Como pode um amor tirar você dos eixos, sem ao menos tentar? Era isto que não fazia sentido, ela rebuscava em seus carvalhos medonhos um amor que a deixasse leve, um amor que a torna-se livre sem ao menos a prende-la, pobre moça sonhadora, só queria mesmo terminar um dia com a sensação de ser amada, desejada como todas as moças da sua época.

A jovem que sonhava mais do que realizava, tornava-se uma mulher sombria, vazia talvez, não sei, ela porém, ainda tinha os belos livros de literatura e romance, que uma vez ou outra lançava um olhar peculiar sobre eles, pois eram os romances, esses que ela insistia em querer revive-los, em querer colocar em prática, cada beijo dado ao amor proibido e ir ao encontro da pessoa amada, vestir sua melhor roupa, colocar seu perfume com aromas de flores e sair, sair saltitando e imaginando que talvez naquele dia, tudo poderia ficar e se tornar diferente, pensando e recriando as cenas que faziam com que seu coração acelerasse só em pensar em ver aqueles lindos olhos verdes, pois eram aqueles olhos verdes que mostravam com clareza a paixão e os enigmas vibrante da sua alma, chegou a pensar que não tinha nenhum direito de ser amada, assim como nos livros, chorou diversas vezes em casa ao imaginar que aquela cena poderia não se repetir, a jovem já não esperava mais nada do amor, acreditava sim, com todas as suas forças, mas o amor fugia entre as mãos a cada vez que acabava se relacionando, talvez o motivo, ainda seja desconhecido, mas a verdade é que a jovem e bela romântica não tinha nada de misteriosa e isso fazia com os belos e incríveis rapazes que aparecessem em sua vida, ficassem assustados com o tanto de independência de uma mulher.

Mas, quem disse que ela desistiu? Jamais, buscou e reinventou-se quantas vezes foi preciso, leu romances, assistiu séries, filmes, escreveu, fez desta última uma paixão, escreveu sobre si, sobre o trabalho, os amores, desamores e voltou a acreditar, olha ela novamente querendo acreditar no amor, talvez seja só isso que importa, chegar ao fim do dia e se amar, não esperar alguém te amar, ama-se por si só, ama-se porque é bom, é gostoso é prazeroso, é reconfortante...A necessidade de viver é corajosa, é agir com o coração e a menina sonhadora que só queria ser amada, entendeu que a vida não parava para suas fantasias, pois a mesma parecia um escarlate, para ela não existia dia cinzento, era preciso mais, era preciso o amor torna-se enlace e ela sentia que era o momento de alguém ser a sua metade, percebeu que não adiantaria falar uma, duas, três e até mesmo mil vezes o quanto o amava, por mais que tudo fosse verdade não seria o suficiente para fazer com que ele ficasse em seus dias, em sua vida, sentia cada vez mais a angústia de não pertencer a alguém e algum lugar, vivia triste como um adulto ao sair de uma festa infantil sem levar os docinhos, sem sentido eu sei! Olhava o pôr do sol diferente todas as tardes, porque eram neles que queria morar, o caos em si sumia ali todas as tardes e ao ir tomar banho esperava que o chuveiro lavasse não só seu corpo cansado e exaustivo, mas sua alma que já não sonhava tanto quanto antes, a mesma que não sabia sobre sua história, tornava-se mesmo assim, única e somente faísca e descoberta, audácia e humor, descobriu que viver era mais que fundamental, era preciso.

Lucilene Feitosa
Enviado por Lucilene Feitosa em 10/10/2021
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