¬¬ O INVERNO “SEM-ZAPIAL” ¬¬

Isso tudo aconteceu em algumas horas de uma segunda-feira de 2021.

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— Oi!

¬¬ Fala!

— Caiu aí?

¬¬ Êpa! Então não era somente no meu celular?

— Não, cara! Parece que a p* toda caiu.

¬¬ Depois a gente se fala.

— Peraí...! Vai pra onde? No banheiro?

¬¬ Vou na oficina pegar o meu ‘smart’ de volta, antes que o técnico abra para consertar.

— Pior foi o meu. Atirei o bagulho contra a parede de tanta raiva. Agora já era.

¬¬ Por que não usa o da Selminha?

— Ela saiu pra trocar o dela por outro, com o vendedor, na loja onde comprou na semana passada.

¬¬ Caraca! Quê será que houve?

— Fim de linha, cara!

¬¬ É o quê? Já chegou o ‘5-G’ e esses aparelhos saíram de linha?

— Não, cara! A Humanidade! É o fim! Acabou!

¬¬ Tenha esperança, irmão! Tenha fé!

— O problema é esse, mano! Faz tempo que não vou a uma missa.

¬¬ Eu também não. Mas eu já tinha ouvido falar que as calotas polares iriam derreter.

— Eu nunca acreditei nessas coisas. Mas só pode ter sido um lance desse que derrubou o sinal.

¬¬ Meu irmão, estás escutando?

— Que foi?

¬¬ Maior barulho aqui no prédio. Muita gente gritando.

— Aqui também. O que será?

¬¬ Manda um zap pra um vizinho aí!

— Como que vou fazer isso?

¬¬ Ôpa, tem razão. Deixa eu interfonar pra o porteiro daqui.

— Vai!

¬¬ Ai, meu Deus!

— Que foi?

¬¬ Ele voltou!

— Quem? Jesus?

¬¬ Não, cara! O Whatsapp!

— Glória! Êêêêêê...

¬¬ Deus existe!