Canção Cruel *
Canção Cruel é o que aprendíamos a cantar na infância politicamente incorreta. A letra de “Atirei o Pau no Gato” é uma das coisas mais horríveis em termos de crueldade animal. Quem cantarolou isso teve muita sorte em não tonar-se um psicopata. Essa cançãozinha deve ter embalado inofensivos sonos do Maníaco do Parque, comprovando que o sleeping learning (aprendendo dormindo) pode ser efetivo. Transmitir informações para uma pessoa adormecida também forma caráter. A letra é um “beabá” do crime.
Original:
Atirei o pau no gato
Mas o gato não morreu
Dona Chica admirou-se
Do berro, do berro que o gato deu
Miau!
A suposta música infantil narra a frustração de uma criança (futuro psicopata) por não ter dado um fim no pobre animal. O felino ainda dá um desesperado grito, diante de uma pusilânime Dona Chica. Esse traço comportamental (maus-tratos animais) é um indício de psicopatia.
Bem depois, foi lançada uma versão politicamente correta. Não sei se isso é apenas um sintoma da minha memória afetiva, mas a versão hard, apesar de politicamente incorreta é bem mais legal. A antiga, poderia ser interpretada pelos Ratos de Porão; a recente, por Sandy & Junior. A antiga, é a letra roots (raiz); a recente, nutella, óleo de fígado de bacalhau com sabor, mertiolate que não arde, bolinha de gude no carpete, pipa no ventilador, playground...; A canção antiga, que parece inocente, pode ser mais uma estratégia para deixar-nos, desde a infância, insensíveis ao sofrimento animal.
Versão nova:
Não atire o pau no gato
Por que isso
Não se faz
O gatinho é nosso amigo
Não devemos maltratar os animais
Jamais!
A Galinha Pintadinha resgatou a versão roots, revelando que não está nem aí pro tal de politicamente correto. A penosa está disseminando o ódio nas novas gerações. O trabalho sujo da doutrinação coube ao sociopata fantasiado de galináceo amiguinho das crianças. É preciso denunciar esse animal sorridente, pirilampo, pimpão e saltitante, antes que seja tarde.
Os defensores dos animais diriam: é preciso urgentemente fazer alguma coisa. Sei lá, chamar a World Wide Fund for Nature (WWF), Greta Thunberg ou a ativista da causa animal, Luisa Mell.