O peso da incompetência.
Naquele conglomerado de casebres, nos barracos das vielas; de taipa no sertão, nas paredes nuas: as marcas sociais.
Na grelha improvisada no terreiro, queima o tição. A panela escura, brilhante de outrora, do fogo a gás; ilude a saciedade do estômago vazio.
A cabeça cabisbaixa, observa os insentos a procura de algum cheiro na terra seca. O olhar em volta, a similaridade contextual, dizem as mesmas coisas, gritam: Fome!
Queima igualmente, na alma, no espírito, o desespero. -- Habitante incomum no pensamento!
Continuamente, ao redor da faísca da brasa incandescente, do fogo de panela vazia, pegara-se de surpresa, pensando. Perdido, tentado sem êxito, uma fuga.
Raciocinando sobre a inércia; lentidão de consciência; peso da escora nos ombros juvenil. O lombo imaturo do menino, sem a casca grossa; sem a couraça do homem feito, dói como o esporão da vespa venenosa. Aliás, da mordida da hiena, olhos cor anil!
Perguntou-se à Ilusão! Pode? Deixareis ainda questionar? Tentam impor um silêncio! Mas em vão!
E então: --Que peso tem a incompetência?
Do tamanho das vidas que se foram, e maior do que a fome.
Porém, resta afirmar: -Quando os tolerados se voltam contra os intolerantes; as coisas; a realidade muda completamente.
Carlos Alberto Barbosa.
Brasil: 04/09/2021; Século, XXI.