O INESPERADO É SEMPRE BOM.

Corações abatidos e angustiados, caminhando sem direção por ruas escuras e estradas desconhecidas. É sempre assim, nunca foi diferente e não será agora que haverá de ser.

Geralmente me perguntam, 'Como assim Lu'? 'Que história é essa'? A resposta não é outra. "Então você não sabe", respondo, "Somos todos objetos mesmos".

Eu e você, cada ser humano na face dessa terra é um objeto desse sistema corrupto que nos levam à loucura, somos manipulados o tempo todo por um bando de desafortunados, creia no que estou te dizendo. E sim, caso pergunte, estou me referindo aos caciques dessa aldeia global, eles mesmos, os donos de nossas almas, casas, carros e tudo o que puder imaginar, nada é nosso, tudo é deles.

Não se enganem meus amigos, não há escapatória de suas garras malignas, estamos acorrentados.

Hoje vou apenas esculhambar minhas ideias, apenas jogar palavras no papel, aleatoriamente, sem muita preocupação no que vai dar. Me dou a esse luxo de lançar as palavras como o semeador lançou as suas no campo. Cada semente encontrou o seu tipo de terreno, suas dificuldades, os seus contratempos. Algumas germinaram, cresceram até certo ponto, porém, outras ficaram pelo caminho. Quem não conhece a parábola do semeador, faço aqui uma analogia com a literatura, com o ofício de nós escritores ao lançarmos as nossas sementes, ou seja, nossos livros e textos, cada um sendo depositado em um determinado tipo de terreno. O poeta e o prosador saiu a semear, eu também com essa despretensiosa crônica...

...Me permitam uma interrupção na crônica para dizer uma coisa chata que me ocorreu... A tranquilidade deste domingo foi desfeita em um segundo, a poucas horas atrás, foi tão rápido que ainda não tive tempo de assimilar todo o acontecido. Sinceramente, não era para ser daquele jeito, analisando friamente poderia ter sido evitado se a prudência dessa doida aqui tivesse em primeiro lugar. Digo isso não só por mim, que não me eximo da culpa do acidente, mas também do outro motorista que atravessou em minha frente rápido demais para uma olhada. Essas coisas desmotivam, nos deixam para baixo, mas, nem tudo é tristeza, o prejuízo foi pouco para mim - apenas o parachoque quebrado, lanterna, Capo levemente amassado. O importa que tudo terminou bem... 

Voltando...

Mais uma vez a incerteza retorna, ela acena, e da janela da minha alma a vejo, lá longe, aproximando-se, como se não quisesse nada, mas sempre quer. "O que é essa tal de incerteza? Pergunta minha alma. "Quer mesmo saber? Eu mesma respondo.

Incerteza é o fantasma do passado que vez é outra vem assombrar-nos, em noites escuras ou em dias claros. Não existe momento oportuno ou inoportuno. Todos a temem, embora alguns, finjam ser destemidos e arrojados, na verdade se escondem dela. Muitos inventam estratégias, planos, isso é aquilo... Tudo mentira, são todas formas de se esconder o medo que aterroriza.

Nem tudo é tão ruim quanto parece.

Novos caminhos estão sendo colocados diante de mim, oportunidades que realmente eu não esperava. A minha vida havia se tornado monótona, com frequência de repetições indevidas, inadequadas. Isso incomoda muito, não dá espaço para algo novo, ficamos sem reação, mas, de repente, tudo ressurge em um horizonte de novidades. É até estranho lidar com isso, nos acostumamos com as mesmas coisas sempre, e nunca ligamos para possibilidades de surpresas vindas, como se diz no ditado popular, vem a galope. Sou até receosa com isso, com essas guinadas inesperadas, mas elas surgem, e são boas, agradáveis, me tira da zona de conforto, o que é muito bom.

( L.B. )

Luise Batiliere.
Enviado por Tiago Macedo Pena em 03/10/2021
Reeditado em 03/10/2021
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