UMA IDEIA INCRÍVEL

Outro dia, voltando para casa, achei uma ideia perdida entre as flores do jardim! Acenei para ela e ela correu para mim com um sorriso azul celeste nos lábios. Era tão linda, tão alvissareira, tão original tão boa! Na verdade era fantástica! Gostaria tanto de leva-la para casa, registrá-la como minha e apresenta-las aos amigos:

- Vejam! Que ideia linda eu tive! E todos então, me tratariam como um intelectual e os intelectuais me tratariam com admiração. Eu seria figura cativa em festas, eventos artísticos, congraçamentos... Enfim, a comunidade acadêmica se renderia ao meu talento. Seria eternamente lembrado pela ideia que tive e a ideia estaria vinculada a mim pela vida toda. Eu seria dela e ela seria minha. E seríamos felizes.

Mas que diriam os críticos? Seriam céticos? Certamente diriam:

“Como isso é possível? Uma ideia tão brilhante e que não se parece em nada com as dele, tão insipientes” e abririam um rigoroso processo de investigação. Nunca gostei de críticos. Eles não são criativos.

Mas aquilo não seria certo. Uma ideia tão linda e singular certamente teria dono. Talvez dona! Talvez até a que a dona estivesse desesperadamente a sua procura nas feiras, nas frestas, nas reentrâncias, nos recantos das letras. De quem poderia ser afinal uma ideia tão incrivelmente genuína? Olhei para ela e ela sorriu pra mim com um sorriso todo azul.

JADILSON
Enviado por JADILSON em 01/10/2021
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