AMOR PARA ACERTAR
Marília L Paixão
Tenho dez palavras para compor um cenário. Pudera com elas destilar mais vida. Se começasse pela palavra buraco, me lembraria da estrada para Porto Seguro nos anos 90. Mas o passado me cairia tão bem no exato momento que é melhor evitar essas roupas que não nos servem mais. Já a palavra Desejo seria para desejar um futuro com sons da juventude, com intenção de levar o amor para um passeio novo. Só seguindo em frente se consegue ver estrelas. Para piorar a noite, depois de longas horas dirigindo no escuro de uma calma chuva, me hospedei numa pousada que nem pega rede globo. TV sem globo, não é TV. Desliguei a coisa e estou aqui jururu sem IMPÉRIO, sem Lília Cabral, sem Alexandre Nero. E o pior, sem o caso do acaso da Tetê Espíndola, me sobra o descaso com a verdade que alguns oferecem. Veja se já disse a vocês que quando mudo o assunto para música é porque a parte da arte que a vida imita nem sempre torna belo os dias. Já se confeitarmos o bolo das tensões com música, tudo ganha uma luz acesa pela frente. E quando eu canto, não é nem para ser poeta, já que nem toda tristeza consegue virar poesia. Tivesse tido só um amor para errar e outro para acertar, nada disso estaria acontecendo. Essa solidão sem amor do lado, sem novela e sem jornal, sem papel, e por sorte, um vinho.
Marília L Paixão
Tenho dez palavras para compor um cenário. Pudera com elas destilar mais vida. Se começasse pela palavra buraco, me lembraria da estrada para Porto Seguro nos anos 90. Mas o passado me cairia tão bem no exato momento que é melhor evitar essas roupas que não nos servem mais. Já a palavra Desejo seria para desejar um futuro com sons da juventude, com intenção de levar o amor para um passeio novo. Só seguindo em frente se consegue ver estrelas. Para piorar a noite, depois de longas horas dirigindo no escuro de uma calma chuva, me hospedei numa pousada que nem pega rede globo. TV sem globo, não é TV. Desliguei a coisa e estou aqui jururu sem IMPÉRIO, sem Lília Cabral, sem Alexandre Nero. E o pior, sem o caso do acaso da Tetê Espíndola, me sobra o descaso com a verdade que alguns oferecem. Veja se já disse a vocês que quando mudo o assunto para música é porque a parte da arte que a vida imita nem sempre torna belo os dias. Já se confeitarmos o bolo das tensões com música, tudo ganha uma luz acesa pela frente. E quando eu canto, não é nem para ser poeta, já que nem toda tristeza consegue virar poesia. Tivesse tido só um amor para errar e outro para acertar, nada disso estaria acontecendo. Essa solidão sem amor do lado, sem novela e sem jornal, sem papel, e por sorte, um vinho.