Maria Leire do Pai Marcos

Por Nemilson Vieira (*)

Na manhã desse domingo, 26 de setembro de 2021, a dona Maria Leire 53 anos, orientada, auxiliada por um jovem manauara sensível buscaram ajuda no lugar certo… Na igreja do projeto “Pai Resgatando Vidas”.

Naquele instante percebi haver chegado o momento certo desse acolhimento. Pelo cair das lágrimas, no instante em que ela suplicava a Deus por misericórdia… — Também, pelo derreter do coração do Pai Marcos, ao enxergar a necessidade do socorro imediato, àquela alma sofrida, ovelha desgarrada.

Mesmo pela falta de colchão na casa de apoio, para o descanso reparador da mulher, no seu coração não lhe faltou o amor necessário para mais esse resgate tão carecido, como assim fora feito.

Depois do devocional no templo do projeto, se deu uma entrevista com a mais nova resgatada da semana…

Dona Maria Leire passou para a história da instituição, como a primeira pessoa usuária de drogas a ser resgatada nesse espaço de convivência e experiências religiosa, de adoração ao Altíssimo… Cedido por um brasileiro de alma grande, residente noutro país.

De família bem situada, financeiramente e já inserida no mercado de trabalho Maria exercia com aptidão, competência as suas atividades como técnica de enfermagem num dos melhores hospitais da cidade o “Vinte e Oito de Agosto”.

Por anos trabalhou nessa instituição de saúde, que lhe enche de satisfação até hoje ao lembrar.

Tocava os seus dias cheios de sonhos como toda jovem da sua idade…

Até se casar com o homem que achava ser o seu príncipe. Este, não demorou muito a mostrar as unhas e lhe apresentou, sem nenhum pudor a pedra maldita (o craque).

Isso resultou no seu longo desvario nos vícios; no perambular pelas ruas, na perda da dignidade.

As consequências das suas atividades não tinham fim: perdera o trabalho, a paz, à saúde, as boas relações familiares… O marido fora embora da sua vida, da cidade, do país.

Fora 10 longos anos o seu martírio, no cativeiro das drogas, das ruas…

Nas fotos comparativas de apenas 4 anos atrás, com as de hoje, são drásticas, gritantes as mudanças que ocorreram no seu corpo, na sua aparência. A levar a crer ter mais idade do que têm, mas graças a Deus pôde dizer:

“O bom Pastor buscou-me/ Já longe do redil/ E com ternura achou-me/ Caído, triste, e vil!/ As chagas com amor pensou/ E ao lar nos braços me levou…” — Hino 156, “Ovelha Perdida”, Harpa Cristã. *

Nemilson Vieira de Morais

Gestor Ambiental/Acadêmico Literário.

Texto com base nas lives do Marcos Bastos.

(26:09:21)