A BÊNÇÃO DA MALDIÇÃO ("A desilusão de agora será bênção depois." — Chico Xavier)

No velho normal, era assim: Eu, como professor de filosofia  e bacharel em teologia, não podia falar de religião em sala de aula, porque a escola pública era laica, assim diziam. Porém, o aluno se atrevia a contestar-me com sua Bíblia, não contribuindo com a aula, todavia tentando defender as doutrinas de sua igreja. Dava seu estudo bíblico sob o agrado da maioria, já matando a aula em si. Passei muito por isso:  sendo que eu não defendia nenhuma religião e não frequentava igreja alguma, assim eles se achavam melhores. Então, arrogantemente se mostravam saber mais do céu e das obrigações cristãs do que o professor de filosofia: o velho "quadrado". Por várias vezes, perguntei-me, por que esses eram os piores exemplares de aluno (bastando só conferir suas notas e comportamento)? E por que estavam sempre dispostos a maltratar qualquer um, defendendo seu Deus e seu fanatismo estéril.

           Ah, como sofri, tentando fazê-los pensar e discutir seus conhecimentos para renová-los! Como uma parteira que ajuda a mãe a parir! Eu como o Sócrates pateiros da alma; porém, as feministas achavam argumentos e apelações para combater o irmão que falava do Apóstolo Paulo, proibindo as mulheres de serem pregadoras. E eu que caí na besteira de falar que "Lilith" pecou porque não aceitava a autoridade de Deus e do Adão. Aí, atraí mais denúncias para eu resolver com o diretor, manchando minha reputação. E por medo ou só por ignorância mesmo, nunca pude contar com o apoio da maioria da classe e nem com a admiração das coordenadoras, eram evangélicas também.

          Acho seguramente que o coronavírus veio de Deus, para a escola livrar-se desse "design"! E combater os "vírus" distanciando as pessoas tóxicas. Os professores estão com amnésia, depois de contagiado com a Covid-19; pois foram contaminados, e vacinados, e contaminados novamente, tantas vezes fosse necessário para esquecer as ofensas gratuitas. E a internet dos pervertidas engoliu as escolas; sabendo que o novo aluno só valoriza o que vê na internet. Viva o "Novo Normal"  cheio de pedagogos sem pedagogia. CiFA