O “sofrimento” pode nos levar à felicidade?
Faça o que você gosta e nunca mais terá de trabalhar é o que nos instrui o filósofo chinês Confúcio. Bem essa é uma palavra pode nos soar como uma frase “perigosa”! Pois nós em grande parte buscamos viver situações imediatas em nossa vida que poderiam ser compreendidas como apologia ao hedonismo. Ou ainda a esse imediatismo de buscarmos os prazeres que nos vem à frente. Contudo há quem diga que talvez nós não vamos fazer o que gostamos, mas vamos aprender a gostar do que fazemos. O empresário americano, Steve Jobs dizia que “a única maneira de fazer um excelente trabalho é amar o que você faz”. Ou ainda podemos refletir na frase “no pain, no gain” (sem dor, sem ganho). Vale dizer que o sofrimento pode nos trazer um grande aprendizado. Do sofrer podemos tirar nobres lições para a nossa vida. Aliás, quantos de nós aprendemos com a felicidade, com a alegria ou com a euforia?
Lado outro, esse processo, que compreendemos às vezes como sofrimento, como situações negativas podem definitivamente transformar as nossas vidas. Há quem diga que só fará o que gosta da vida (...). Pode ser que em alguns momentos essa ponte, essa travessia seja um pouco amarga, mas sem dúvida os frutos serão doces é o que nos orienta o filósofo grego Aristóteles. Porque é nessa travessia, nesse momento que fazemos a travessia da ponte que desenvolvemos destreza, vivacidade e força para sermos uma pessoa muita mais forte, mais feliz e preparada para conduzir e enfrentar a vida. Para a escritora Clarisse Lispector, “o sofrimento é um grande encontro consigo mesmo. Com o sofrimento o ser humano amadurece”. Que o sofrimento é ainda uma escola de aprendizado. Contudo o que abarcamos como sofrimento pode ser um estágio de transformação. Podemos nos lembrar nesse momento das palavras do escritor brasileiro, Rubem Alves, em que ele afirma que “ostra feliz não faz pérola”. O escritor nos conta que havia ostras no fundo do mar que viviam felizes e cantantes enquanto uma estava com um sofrimento bastante avançado em razão de um grão areia que ela teria engolido. Aquele grão de areia estava ferindo o interior da ostra e trazia total infelicidade. Até que então em um momento de mutação daquela ostra, aquele grão de areia se revestiu de um material duro e liso e a ostra voltou a viver feliz. Aquele revestimento se transformou na verdade em uma linda e brilhante pérola.
Nós seres humanos muitos vezes também somos assim – somos pedras brutas que precisamos ser lapidadas, ser transformados para buscarmos grandes valores na nossa vida para que então conheçamos qual são os nossos talentos, nossas potencialidades e que possamos nos desenvolver muito mais como pessoa em todas as áreas de nossa vida. Destaca-se que toda experiência vivida tem algo a nos acrescentar em nossa existência. Até o próprio Jesus Cristo, quantas vezes em sua história de vida terrena, ele passou por sofrimentos e paixões em que não queria vivenciar aquilo, mas deixou que Deus conduzisse seu caminho e que se fizesse em sua vida a vontade do Pai Celeste. E o resultado foi a ressurreição, a vitória sobre o sofrimento e sobre a morte. Nós também assim precisamos renascer para nos superarmos e alcançarmos outros níveis, outros estágios em nossa lida. Precisamos compreender que todo momento de crise é passageiro. E na nova fase compreendermos que haverá uma clarificação, uma visão diferenciada daquela anterior que outrora foi míope e imediatista. Max Lucado, escritor americano nos afirma que “Deus nunca disse que a jornada seria fácil, mas Ele disse que a chegada valeria a pena”. E tudo nos conduzirá para a valorização do que é simples e grandioso, daquilo que realmente tem importância e pode nos fazer um ser humano muito mais edificado.