O QUE FAZER?

As manifestações a favor do presidente lotaram a avenida Paulista no último feriado, ruas repletas de manifestantes, camisas verde e amarelo, rostos pintados, pedidos que refletem a vontade do povo. A suprema corte foi o alvo nos dizeres em diversos desses cartazes. O desejo daqueles que lá estavam é que o governante tomasse decisões duras contra os outros poderes e seus respectivos representantes, cogitando até mesmo usar a força militar para tais atos. Uma boa parcela da população acreditou que alguma coisa de extraordinária aconteceria dentro daquilo que era o clamor da maioria presente. Houve por partes dos que defendem o presidente que aquele seria o dia "D" para mudar o que parece não ter mais solução.

A oposição também fez atos contra o governo, pedindo o impeachment do presidente, no domingo, 12, na avenida Paulista. Agitações de lideranças com direito a danças  e discursos contrários, enquanto parte do grupo proferia xingamentos. Não era um número tão expressivo de pessoas como no feriado.

Na fala contrária, afirmações do tipo, “quem tem medo da verdade não respeita a democracia” e pedidos de união das diferentes correntes ideológicas. Além do Governador do estado mais rico da nação, outros quatro, também presidenciáveis, participaram da manifestação contra o presidente. Nada aconteceu para nenhum dos lados... Os militares não arrombaram as portas da suprema corte para levá-los como muitos desejavam, tão pouco tomaram as rédeas da governança. Em contrapartida, impeachment, parece improvável no momento, não que seja impossível, no entanto, parece haver falta de vontade para colocá-lo em prática. Sempre aparece uma coisa e outra, a questão aqui é ali que impede de acontecer. É puro jogo político, essa é a realidade.

A verdade é que estamos longe de resolver a gravíssima situação do país, fala-se tanto, faz-se pouco, um oceano de palavras para um riacho de atitudes. Enquanto isso, pagamos o preço, 'literalmente', carne, combustíveis, luz, possíveis crises vindo a galope. 

O que fazer?

Alguém vai dizer que com o voto podemos mudar essa situação... Será mesmo? Essa mudança no voto já foi feita e refeita, veja bem, colocaram esse é aquele, e a coisa continua ladeira abaixo. Me parece que o problema não está na unidade, em 'um' apenas. O problema sempre esteve no 'todo', naqueles que criam leis e as aprovam. Não adianta ter boas intenções se você não tem o apoio de seu parlamento para pôr em prática. Da mesma maneira não adianta agradar o parlamento cedendo as suas vontades egoístas. Do jeito em que está realmente fica difícil qualquer coisa. Não vejo soluções a curto prazo, talvez, com um milagre extraordinário, tenhamos o Brasil dos nossos sonhos. Para que isso aconteça sem a intervenção milagrosa, teremos que saber diferenciar as coisas, e não enxergar apenas 'direita e esquerda', mas, sermos bem mais humanos, humildes. Há pessoas que neste momento em que escrevo essa crônica não tem o que colocar na mesa no dia de amanhã. Não é a esquerda ou direita  detentora da salvação... A solução está na justiça e integridade de caráter de cada membro que com a sua atitude e virtude compõe a totalidade governamental do país de caráter limpo.

( A.L )

Alberto de Andrade Lispector. ( A.L )
Enviado por Tiago Macedo Pena em 26/09/2021
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