OLHA O ÚLTIMO CLARIM
A minha vida, antiga, não muito antiga, mas com mais de cinqüenta anos atrás, ela tinha algumas vantagens em relação aos dias atuais. Não tinha a loucura dos carros, e as matanças feitas por eles, tinha muito, mas muito menos assaltos. Tínhamos mais vidas, tinham vidas com riquezas, mas a minha vida era de pobre, mas um pobre que a felicidade sempre me acompanhou até hoje. Meu pai um pedreiro com sete filhos, tinha muita dificuldade para sustentá-los, mas ele mesmo dizia: Pois é como pedreiro eu criei sete filhos. - Era até certo ponto verdade, mas todos nós tínhamos que ajudar em casa ou ter algumas formas de ganhar algum dinheiro com trabalhos esporádicos, e que não atrapalhasse o aprendizado do ensino fundamental.
Quando eu tinha em torno dos nove anos, nós (a nossa família) morávamos em uma casa alugada ao lado de uma doceira, e eu saia pela cidade de Carazinho/RS com uma pesada cesta, oferecendo os deliciosos sonhos acobertados de açúcar que a nossa vizinha fazia com o melhor dos esmeros. Então eu estava iniciando o meu próprio negócio (exageros a parte), mas depois eu resolvi que deveria dar um crescimento do meu alto comercio, e decidi ir num depósito de bananas para comprá-las para revendê-las com um preço a maior, também numa cesta muito pesada. Mas este negócio, não durou muito, pois eu acabava comendo bananas e consumindo o meu lucro, mas o fechamento da minha “empresa” teve um fim quando um garoto, mais pobre do que eu, que me assaltou e roubou-me algumas bananas, e naquele dia eu fiquei num prejuízo bem maior. E eu um garoto de nove anos coloquei um fim nas minhas experiências de como ganhar dinheiro, vendendo bananas.
Quando nos mudamos para Porto Alegre/RS, e eu com 12 anos, mas mais parecia um bicho do mato e apavorado com a grandeza em termos de tamanho de Porto Alegre, com os bondes, com o rio, com toda aquela gente circulando. Imagina hoje.
Meu primo mais malandro para a vida e que vendia jornais, me convidou para eu tentar. Deixa comigo se é para ganhar algum troco eu topo. E lá estava eu gritando como o meu primo me ensinou: “OLHA O CLARIM É O ÚLTIMO CLARIM”. Mas quando ele estava me ensinando, vendia naquele momento o Clarim do dia anterior que tinha sobrado, e os transeuntes compravam e não dava tempo para eles reclamarem, pois o meu primo já tinha de deslocado para mais longe para enganar outro interessado em Clarim para saber das “últimas notícias”.
Eu com meus doze anos estava vendendo o Clarim e ganhando os meus tostões. Eu usava o dinheiro dos clientes dobrado no seu sentido longitudinal e envolto nos dedos para facilitar o troco, e era difícil alguém assaltar um garoto fraco de 12 anos, mas foi o que ocorreu. Talvez por eu ser fraco. Três garotos se aproximaram de mim, avançaram em minhas mãos e roubaram todo o meu dinheiro e após subiram na traseira de um bonde onde sumiram da minha vista.
Fiquei ali desolado, chorando, e depois fui me acalmando e aos poucos fui mandando aquela tristeza para mais longe do meu alcance. O que eu vou dizer para o meu patrão, que era um tipo de atravessador que comprava e nos fornecia os jornais. Fui até o local, mas ligeiramente calmo, junto com os jornais sobrados, pois perdi a vontade de continuar levando avante as minhas vendas. Mas quando entrei no estabelecimento do meu patrão ai o choro veio combinando junto com o relato do assalto. Claro fui despedido, por ser moscão, mas não tinha como o meu patrão cobrar de mim, um garoto pobre e sem dinheiro.
Com estes três episódios, eu abandonei as minhas intenções de ganhar dinheiro, por conta própria, pelo menos atuando como um inexperiente vendedor autodidata. Mas tive lições de vida, e comecei aprendendo como viver, tem as suas dificuldades. E eu as vivi desde criança, mas nunca me esqueci dos berros que eu empregava naquela venda de jornais, pelo menos isso eu fazia bem. OLHA O CLARIM, É O ÚLTIMO CLARIN. Eu até estava gostando, e ficou na minha memória,
Quando eu tinha em torno dos nove anos, nós (a nossa família) morávamos em uma casa alugada ao lado de uma doceira, e eu saia pela cidade de Carazinho/RS com uma pesada cesta, oferecendo os deliciosos sonhos acobertados de açúcar que a nossa vizinha fazia com o melhor dos esmeros. Então eu estava iniciando o meu próprio negócio (exageros a parte), mas depois eu resolvi que deveria dar um crescimento do meu alto comercio, e decidi ir num depósito de bananas para comprá-las para revendê-las com um preço a maior, também numa cesta muito pesada. Mas este negócio, não durou muito, pois eu acabava comendo bananas e consumindo o meu lucro, mas o fechamento da minha “empresa” teve um fim quando um garoto, mais pobre do que eu, que me assaltou e roubou-me algumas bananas, e naquele dia eu fiquei num prejuízo bem maior. E eu um garoto de nove anos coloquei um fim nas minhas experiências de como ganhar dinheiro, vendendo bananas.
Quando nos mudamos para Porto Alegre/RS, e eu com 12 anos, mas mais parecia um bicho do mato e apavorado com a grandeza em termos de tamanho de Porto Alegre, com os bondes, com o rio, com toda aquela gente circulando. Imagina hoje.
Meu primo mais malandro para a vida e que vendia jornais, me convidou para eu tentar. Deixa comigo se é para ganhar algum troco eu topo. E lá estava eu gritando como o meu primo me ensinou: “OLHA O CLARIM É O ÚLTIMO CLARIM”. Mas quando ele estava me ensinando, vendia naquele momento o Clarim do dia anterior que tinha sobrado, e os transeuntes compravam e não dava tempo para eles reclamarem, pois o meu primo já tinha de deslocado para mais longe para enganar outro interessado em Clarim para saber das “últimas notícias”.
Eu com meus doze anos estava vendendo o Clarim e ganhando os meus tostões. Eu usava o dinheiro dos clientes dobrado no seu sentido longitudinal e envolto nos dedos para facilitar o troco, e era difícil alguém assaltar um garoto fraco de 12 anos, mas foi o que ocorreu. Talvez por eu ser fraco. Três garotos se aproximaram de mim, avançaram em minhas mãos e roubaram todo o meu dinheiro e após subiram na traseira de um bonde onde sumiram da minha vista.
Fiquei ali desolado, chorando, e depois fui me acalmando e aos poucos fui mandando aquela tristeza para mais longe do meu alcance. O que eu vou dizer para o meu patrão, que era um tipo de atravessador que comprava e nos fornecia os jornais. Fui até o local, mas ligeiramente calmo, junto com os jornais sobrados, pois perdi a vontade de continuar levando avante as minhas vendas. Mas quando entrei no estabelecimento do meu patrão ai o choro veio combinando junto com o relato do assalto. Claro fui despedido, por ser moscão, mas não tinha como o meu patrão cobrar de mim, um garoto pobre e sem dinheiro.
Com estes três episódios, eu abandonei as minhas intenções de ganhar dinheiro, por conta própria, pelo menos atuando como um inexperiente vendedor autodidata. Mas tive lições de vida, e comecei aprendendo como viver, tem as suas dificuldades. E eu as vivi desde criança, mas nunca me esqueci dos berros que eu empregava naquela venda de jornais, pelo menos isso eu fazia bem. OLHA O CLARIM, É O ÚLTIMO CLARIN. Eu até estava gostando, e ficou na minha memória,