Pão De Queijo
Nos idos de 1960, meus irmãos pequenos gostavam de brincar na sala do apartamento. Naquela época não havia o playground. A brincadeira consistia em amarrar um cordão com duas colheres na extremidade onde era esticado sobre duas cadeiras, esse era o telefone de brinquedo deles. Meu irmão agitava o cordão de um lado fazendo a colher bater na cadeira do outro lado, essa ação seria a campainha, que deveria ser atendida por minha irmã que colocava a colher no ouvido e a partir daí eles conversavam como se estivessem falando ao telefone.
Minha mãe atarefada com o almoço e com as quitandas do dia ouviu a sineta do carro do leiteiro. Para o lanche da tarde ela faria pão de queijo. Passou rapidamente pela sala, desceu as escadas e pegou o vasilhame de 2 litros de leite num braço e no outro um queijo. Voltou apressada e ao passar pela sala já esquecida da brincadeira das crianças tropeçou num dos cordões do telefone improvisado e foi ao chão, indo para debaixo da mesa de jantar. Meus irmãos que na época deviam ter entre 7 e 6 anos ficaram sem entender nada. Mas o melhor da história é que minha mãe não soltou nem o queijo nem o leite com a queda.
Anos mais tarde quando minha mãe me contou essa história ri muito e concluí dizendo : – Mineiro não perde ingrediente de pão de queijo.
A reedição dessa crônica é uma homenagem a minha mãezinha que hoje completa oitenta e um anos, mantendo o seu bom humor, bondade e disposição para me contar ótimas histórias, das quais muitas transformo em contos.
Parabéns meu anjo, pelos belos exemplos e apoio que recebo todos os dias! Muitas bençãos em sua vida! Te amo!