FORMADO EM DATILOGRAFIA
Um acontecimento ocorrido em 1958, quando eu tinha apenas 17 anos. Eu estava formado num curso de datilografia.
Nos cursos era tanta gente batendo máquina, e ouvindo toda aquela barulheira dos tipos acertando o rolo da máquina e às vezes muitos tipos que pareciam fazer uma competição entre si, pelas hábeis mãos de quem batia, e eles os tipos se engalfinhavam uns com os outros e impediam a sequencia das batidas, e aí com os dedos o datilógrafo, tinha que separar, os tipos briguentos. Pareciam metralhadores sendo disparada e mesmo a maioria batendo lento por serem aprendizes, mas que pela quantidade de batedores, pareciam exímios datilógrafos.
E quando eu ia procurar empregos os avaliadores, me perguntavam: tu bates bem a máquina, e se eu convencia algum avaliador, então eu era encaminhado para o teste em frente aquela enorme máquina para ver quantas palavras eu batia por minuto, e dependia deste teste para garantir o meu emprego.
Eu usei o termo FORMADO, porque as coisas mudam com o tempo, e me referindo naquela época, apenas um cursinho de datilografia, era muito importante para quem quisesse conseguir um emprego na área de escritório, e parecia ser de grande importância, estar na frente de uma máquina desempenhando as façanhas de um grande escriturário. Dava um ar de pessoa importante, por estar batendo máquina. Eu mesmo consegui um ótimo emprego como gerente de departamento de uma empresa multinacional, com o meu cursinho de datilografia.
E tem as histórias: Uma vez eu estava ouvindo um senhor perguntando, para uma também senhora de aparência humilde que dizia que o seu filho trabalhava num determinada empresa: Mas o seu filho é um operário da empresa e a mulher respondeu com muito orgulho: Não, senhor, meu filho trabalha escrevendo naquelas máquinas, junto com as pessoas importantes da empresa.
E hoje não basta nos referimos somente a uma imagem de faculdade como se já soubéssemos tudo, mas sim temos que mostrar as nossas aptidões de extensões, como doutorado, mestrado, falar outros idiomas, enfim temos que competir com currículos extensos e de dar inveja, ou estaremos desempregados ou então teremos que seguir uma carreira autônoma, mas com muita competência. Uns tem que estudar bastante, outros tem que estudar um pouco, e também teremos que ter os que não possuem as aptidões para serem grandes estudiosos, mas que serão importantes para o crescimento do mundo, desde que conheçam e estude a sua profissão. Mas sem necessitar ser um datilógrafo.
Mas eu bato com todos os dedos, porque assim fui doutrinado, e é assim que estou digitalizando o meu livro de memórias. Não estou mais batendo a máquina, que hoje só existem em museus, mas estou digitalizando, e ouvindo os suaves barulhos das teclas e as frases vão aparecendo no monitor, onde posso manuseá-las com as facilidades oferecidas pelas tecnologias modernas.
“OS AVANÇOS CADA VEZ FICAM MELHORES, PARA AS NOSSAS VIDAS, MAS ÀS VEZES ME ASSUSTAM UM POUCO”
Nos cursos era tanta gente batendo máquina, e ouvindo toda aquela barulheira dos tipos acertando o rolo da máquina e às vezes muitos tipos que pareciam fazer uma competição entre si, pelas hábeis mãos de quem batia, e eles os tipos se engalfinhavam uns com os outros e impediam a sequencia das batidas, e aí com os dedos o datilógrafo, tinha que separar, os tipos briguentos. Pareciam metralhadores sendo disparada e mesmo a maioria batendo lento por serem aprendizes, mas que pela quantidade de batedores, pareciam exímios datilógrafos.
E quando eu ia procurar empregos os avaliadores, me perguntavam: tu bates bem a máquina, e se eu convencia algum avaliador, então eu era encaminhado para o teste em frente aquela enorme máquina para ver quantas palavras eu batia por minuto, e dependia deste teste para garantir o meu emprego.
Eu usei o termo FORMADO, porque as coisas mudam com o tempo, e me referindo naquela época, apenas um cursinho de datilografia, era muito importante para quem quisesse conseguir um emprego na área de escritório, e parecia ser de grande importância, estar na frente de uma máquina desempenhando as façanhas de um grande escriturário. Dava um ar de pessoa importante, por estar batendo máquina. Eu mesmo consegui um ótimo emprego como gerente de departamento de uma empresa multinacional, com o meu cursinho de datilografia.
E tem as histórias: Uma vez eu estava ouvindo um senhor perguntando, para uma também senhora de aparência humilde que dizia que o seu filho trabalhava num determinada empresa: Mas o seu filho é um operário da empresa e a mulher respondeu com muito orgulho: Não, senhor, meu filho trabalha escrevendo naquelas máquinas, junto com as pessoas importantes da empresa.
E hoje não basta nos referimos somente a uma imagem de faculdade como se já soubéssemos tudo, mas sim temos que mostrar as nossas aptidões de extensões, como doutorado, mestrado, falar outros idiomas, enfim temos que competir com currículos extensos e de dar inveja, ou estaremos desempregados ou então teremos que seguir uma carreira autônoma, mas com muita competência. Uns tem que estudar bastante, outros tem que estudar um pouco, e também teremos que ter os que não possuem as aptidões para serem grandes estudiosos, mas que serão importantes para o crescimento do mundo, desde que conheçam e estude a sua profissão. Mas sem necessitar ser um datilógrafo.
Mas eu bato com todos os dedos, porque assim fui doutrinado, e é assim que estou digitalizando o meu livro de memórias. Não estou mais batendo a máquina, que hoje só existem em museus, mas estou digitalizando, e ouvindo os suaves barulhos das teclas e as frases vão aparecendo no monitor, onde posso manuseá-las com as facilidades oferecidas pelas tecnologias modernas.
“OS AVANÇOS CADA VEZ FICAM MELHORES, PARA AS NOSSAS VIDAS, MAS ÀS VEZES ME ASSUSTAM UM POUCO”