POSSO ANDAR NA TUA BICICLETA?
Voltando mentalmente ao passado, regressando quando eu morava na rua Lucas de Oliveira 1490 em Porto Alegre/rs. Minha idade era de 15 anos e atualmente em 2021, 78.
Morava na nossa casa um amigo que trabalhava numa empresa, junto com o meu irmão Walter, chamado Luiz Gomercindo. Ele acabara de comprar uma linda bicicleta. Naquela época tudo era comprado a prestações, e às vezes sem entrada. Foi uma aquisição na antiga Casa Victor, situada na Rua dos Andradas. Foi num Sábado que ele trouxe a aquela grande aquisição, pois ter uma bicicleta nova naquela época era realizar um belo sonho.
Andava o meu amigo fazendo aquele show com a sua bela bicicleta, e cheio de exibicionismo, mostrando os peitos, e não era para deixa por menos. Então depois que ele andou bastante, eu pedi para dar uma “voltinha naquela beleza”. Como fui atendido, peguei com ganância e saí pedalando lomba a baixo.
A nossa rua era formada por um declive muito acentuado, e aquela descida numa bicicleta nova foi uma grande aventura, com muito deslumbre e uma emoção jamais vista. Completei a descida, e depois dobrei uma rua para a direita e peguei a Vicente da Fontoura e segui reto, até atravessar a Avenida Protásio Alves, enfrentando os carros, que carros, naquela época era possível atravessá-la até de olhos fechados.
Quando eu me encontrava na Rua Vicente da Fontoura, estava me dirigindo ou pedalando a bicicleta pela calçada, e como quase não havia carros, e contribuído pela falta de cuidado de um piá como eu, resolvi sair da calçada, embalado pela emoção e dando pedal para entrar na rua com toda a velocidade, como se eu fosse o dono do mundo, mas não era e dei de cara com um fusca. Foi tão rápido, que não pensei a frear, e bati com a bicicleta no seu pára-choque, que aparou o choque, mas e em conseqüência da freada que me impulsionou para frente, e fui cair em cima do capô amarrotando-o, e embutindo a sua lataria para dentro.
Olha o susto que levei, e imagina o susto que levou o motorista, que saiu do carro dando aquela bronca que eu merecia. Eu peguei a bicicleta, ou melhor, o resto dela, coloquei-a nas costas e subi a Lucas de Oliveira com aquele troféu erguido nos ombros, sem olhar para os lados e o pessoal em frente das casas quietos, mas eu chegava sentir alguns colocando a mão na boca e dizendo “hiiiii”.
Sem saber o que dizer para o meu amigo, e não precisei dizer nada, só mostrei a arte que acabara de fazer para ele que olhou todo o estrago. Só me disse: Tu acabaste com a festa. E agora! Por sorte na Segunda Feira, o Luiz levou a bicicleta para a Casa Victor, e lhes entregou e aquele monte de ferros torcidos e disse: Eu não vou mais pagar as prestações, olha só o que a bicicleta me fez e o que eu fiz com ela. E saiu porta fora. Nunca recebeu nenhuma cobrança. Acho que o atendente deve ter achado que o prejuízo poderia ficar pior se tivessem que indenizar do cliente.
Morava na nossa casa um amigo que trabalhava numa empresa, junto com o meu irmão Walter, chamado Luiz Gomercindo. Ele acabara de comprar uma linda bicicleta. Naquela época tudo era comprado a prestações, e às vezes sem entrada. Foi uma aquisição na antiga Casa Victor, situada na Rua dos Andradas. Foi num Sábado que ele trouxe a aquela grande aquisição, pois ter uma bicicleta nova naquela época era realizar um belo sonho.
Andava o meu amigo fazendo aquele show com a sua bela bicicleta, e cheio de exibicionismo, mostrando os peitos, e não era para deixa por menos. Então depois que ele andou bastante, eu pedi para dar uma “voltinha naquela beleza”. Como fui atendido, peguei com ganância e saí pedalando lomba a baixo.
A nossa rua era formada por um declive muito acentuado, e aquela descida numa bicicleta nova foi uma grande aventura, com muito deslumbre e uma emoção jamais vista. Completei a descida, e depois dobrei uma rua para a direita e peguei a Vicente da Fontoura e segui reto, até atravessar a Avenida Protásio Alves, enfrentando os carros, que carros, naquela época era possível atravessá-la até de olhos fechados.
Quando eu me encontrava na Rua Vicente da Fontoura, estava me dirigindo ou pedalando a bicicleta pela calçada, e como quase não havia carros, e contribuído pela falta de cuidado de um piá como eu, resolvi sair da calçada, embalado pela emoção e dando pedal para entrar na rua com toda a velocidade, como se eu fosse o dono do mundo, mas não era e dei de cara com um fusca. Foi tão rápido, que não pensei a frear, e bati com a bicicleta no seu pára-choque, que aparou o choque, mas e em conseqüência da freada que me impulsionou para frente, e fui cair em cima do capô amarrotando-o, e embutindo a sua lataria para dentro.
Olha o susto que levei, e imagina o susto que levou o motorista, que saiu do carro dando aquela bronca que eu merecia. Eu peguei a bicicleta, ou melhor, o resto dela, coloquei-a nas costas e subi a Lucas de Oliveira com aquele troféu erguido nos ombros, sem olhar para os lados e o pessoal em frente das casas quietos, mas eu chegava sentir alguns colocando a mão na boca e dizendo “hiiiii”.
Sem saber o que dizer para o meu amigo, e não precisei dizer nada, só mostrei a arte que acabara de fazer para ele que olhou todo o estrago. Só me disse: Tu acabaste com a festa. E agora! Por sorte na Segunda Feira, o Luiz levou a bicicleta para a Casa Victor, e lhes entregou e aquele monte de ferros torcidos e disse: Eu não vou mais pagar as prestações, olha só o que a bicicleta me fez e o que eu fiz com ela. E saiu porta fora. Nunca recebeu nenhuma cobrança. Acho que o atendente deve ter achado que o prejuízo poderia ficar pior se tivessem que indenizar do cliente.