CONTRATO
Eu já me decepcionei o bastante nesta vida, até cansar das minhas tolas frustrações.
Mas os meus tolos descontentamentos foram causados por pura falta de maturidade, até eu crescer o bastante para entender que; seres humanos não são medidas para expectativas.
São o que são e só!
Nada além!
Criamos no outro uma fina película espelhada, e queremos ver o mesmo, atitudes idênticas as nossas.
Nós, nos colocamos então como o centro da perfeição pessoal, e por conta disto, não acreditamos ser perfeito algo além de nós mesmos, se não for igual,sem chances de ser aceito por completo.
Uma vez em casa, lembro bem; eu, já adulto, comecei a jogar uma bola na parede, por pura distração, jogava bem forte contra parede e a mesma retornava em minhas mãos, a força do impacto trazia ela de volta, não tão forte como eu mandava.
Foi daí, que retirei um grande ensinamento.
Descobri ali mesmo, que com as pessoas aconteciam a mesma coisa.
Eu jogava minha expectação, já aguardando um retorno identico, e é certo que temos um interesse arraigado, uma espécie de doença sem cura, está no nosso genoma, como uma espécie de identidade.
Nosso polegar intelectual e moral, a nossa digital personificada.
Sobre o retorno, era certo que nunca vinha da mesma forma que a bola lançada.
Só é assim, nas disputas esportivas, como num jogo de vôlei.
Apenas na competição pode voltar a nós,uma força maior, fora disto:
Duvido!
Relacionamentos também são idênticos, no triângulo amoroso entre " eu a bola e a parede" há um coadjuvante escondido que não descobri quem é.
Criamos a erronea impressão de dualidade absoluta , e na verdade amores não se firmam em acordos pre núpciais, como um tipo de contrato com assinatura e firma reconhecida em cartório.
É muito mais que isto, não há burocracia em afeições genuínas, também não há papéis, nem acordos hipócritas, é apenas o gostar, com respeito a individualidade antes de tudo.
( Do Livro: Textos Avulsos)
( Autor: George Loez)