Era uma vez
Era uma vez uma menina vazia. Ela era rodeada de familiares e amigos que a amavam muito, mas mesmo assim o vazio continuava. Não quer dizer que ela era infeliz em todos os momentos. Só se sentia sozinha, em parte ela escolheu isso. Afastava-se de todos para não preocupar ninguém ou transmitir suas dores aos outros.
Para a garota era mais fácil se magoar do que ver os outros tristes. Para ela era importante tentar ajudar os outros, assim era possível esquecer o seu vazio, pelo menos por um tempo. Quando alguém peguntava “Como você está?”, a reposta era automática “Estou bem”. Acho que ela queria muito acreditar nisso. Falar repetidas vezes talvez a ajudasse a acreditar.
É mais fácil fingir que encarar a realidade. É mais fácil fingir que pedir ajuda a alguém. Mas chega um momento que você não aguenta e desaba. E nessas horas é essencial ter uma pessoa por perto, para enfrentar tudo contigo. Você estava lá por mim, pessoa especial. Me disse que eu sou maior que tudo que estou passando. Sou grata pelas suas palavras.
Sim, a garota sou eu. Só estou menos vazia.