VISITA AO NOSSO SACRÁRIO. A ALMA.

Quando se divisa uma significativa desordem que passa e se instala nos oráculos consultados para repelí-la, revisitar as margens do rio da nossa vida, que desce rumo à grandiosidade do mar é preciso.

Traz algum alento.

Se faz parte de nossa caminhada esse curso mirado na certeza dessa grandeza, para onde nós todos encetamos a viagem da unidade, e as mudanças das margens são extraordinariamente grandes e adversas, algo que não distinguimos da ordem natural acontece. Tal "fenômeno" é irrecusável.

A erosão desses marcos naturais nos traz motivação na revisita para tentarmos chegar a uma terceira margem, imaginária, onde nem as mudanças nem a distinção que surpreendem o curso natural, alcancem.

É a posse do espírito que sublima e não se agride, e se conforta, filtra sem asfixia, pacifica e destila bálsamo sem subjugar-se à afronta. Resta silente na galvanização do que conhece.E descansa na calma dos justos.

A retórica da reiteração notória se esfuma no tempo. O tempo já disse o enredo no teatro exposto, e ninguém avisado deixou de assistir os personagens e suas condutas. Toda a peça lacrada de autenticidade que nem a paixão nem a lógica negam, só a inclusão marginal dos que de alguma forma fazem parte do enredo.

O tempo não se perde no tempo, sabiamente assiste seu desenrolar.

Uma imunização dos alvéolos ergue fronteiras para barrar a parelha da indesejada e devastadora mudança, que cega enxergando e consentindo, que claudica e fraqueja ficando forte no desvio, que faz do gás carbônico o oxigênio que engana, mas mata, como ocorre nos pulmões comprometidos.

Mesmo por osmose se evita essa contaminação, repudia-se a aproximação, a terceira margem do rio trará pelo silêncio, ao menos, uma certa paz consoladora esperando a proximidade de um mar onde todos chegarão, isentos ou não.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 19/09/2021
Código do texto: T7346110
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