AS ESTRADEIRAS INDO PARA RIVERA
Esse passeio, foi o mais emocionante que já participei, por isso, vale a pena contar em minhas memórias. O Grupo era o CRUZANDO O SUL. Marcaram presença, mais de cinqüenta, motociclistas, não tinha mais espaços para colocar a quantidade de duas rodas no pátio do posto de gasolina. Foi dado um aviso por escrito para o roteiro, as paradas e o processo para encher os tanques, de forma que não congestionasse demais os locais de abastecimentos.
O grupo conseguiu batedores da Policia Federal, dois iriam à frente e sinalizando para que os motoristas fossem para o acostamento, e os de trás sinalizando para os que não estivesse de moto, não ultrapassassem. Mantendo dessa forma o grupo coeso. Mesmo os que estavam no meio do grupo, não conseguiam ver o final da fila. Média de velocidade do grupo eram 120 quilômetros.
Chegamos à cidade de Santo Ângelo, e estavam lá mais alguns grupos que se agregariam ao nosso.
Recepcionara-nos com uma rajada de foguetes. Passamos assim das 100 motos indo direto a Rivera todas juntas. Quando estamos desfrutando o ar da liberdade, patrocinados pelo vento, a minha esposa começou a ter ânsia de vômitos, e pediu para pararmos. Paramos no acostamento, e um dos policiais parou junto a nossa moto. E perguntou se estávamos bem, e nós respondemos que iríamos fazer uma pequena parada e sem seguidas tentaríamos alcançar o grupo.
O policial ficou um tempo parado conosco. Depois que a minha esposa se aliviou o policial me perguntou na hora da partida, quanto a tua moto alcança? Eu lhe falei ela é um modelo custom, não corre quanto as esportivas, mas até um 180 ela vai bem: Então vocês me acompanham que vamos alcançar a turma que deve estar andando a 120 e 130 p/hora.
Ligou a sirene da sua moto, e nós os seguimos com a mão no fundo por aquelas retas, parecia que nós estávamos perseguindo um policial, coisa de filme só desligou a sirene quando em alguns quilômetros adiante reconhecemos a ponta daquela grande fila de motociclistas e logo estávamos novamente juntos aos nossos companheiros. Fizemos os sinais de positivo, e seguimos a nossa viagem fantástica.
Ao chegarmos a Rivera, simplesmente entupimos a cidade com as nossas maquinas de várias cilindradas e modelos. Fizemos um grande desfile, na cidade. Eram motos para todos os lados, ou seja, não tinha um lugar onde não houvesse alguma moto estacionada ou mesmo circulando.
Fizemos uma grande festa num clube local, que só os motoqueiros sabem como fazer. Com muitas brincadeiras, pois nos grupos sempre tem os palhaços no bom sentido, que fazem à festa e a turma toda rir a vontade, e como sempre acabou num grandioso baile. Onde eu e minha esposa dançamos muito e muito.
Na volta um dos motoqueiros seguiu uns quilômetros adiante e se posicionou, num lugar alto, estratégico e conseguiu pegar uma foto emocionante de todo o grupo. É difícil descrever a emoção da turma toda andando juntos, naquele desfile, inédito que apenas daquela forma e naquela vez aconteceu na nossa estória. Foi lá pelos anos de 2000.