SER FELIZ...

Repositório de defeitos, assim somos, e não vemos. Estamos certos de uma santificação inexistente, somos puro amor.

Será?

Ninguém assiste seu filme com lentes reais. Há uma benevolência e favorecimento com culto da personalidade. Benemerência concedida? Por quem com poder de ascese? Ficção...

Somos ídolos de nós mesmos. Muitos precisam dessa titulação. Estamos no altar de nossa própria santificação, e nos canonizamos. Confortável, uma passagem para espaços desconhecidos, almejados por todos... Somos fragilíssimos...e fortes.

Comiseração projetamos para os mártires do amanhã na porta inexpugnável da partida. Sempre será desconhecida; como em Sócrates, nada sabemos, e que nada escreveu como Cristo, sem comparações. foi reportado por Platão.

Ser ansioso, irritado nessa empresa que é nossa vida, pretensiosos. Mas é humano, somos santos do nada, visão da miopia que enxerga mal o próprio umbigo. Parece que ele está distante? Sim. Somos o nada que se pensa muito. É humano na ânsia do ser para existir. Sou por duvidar, Descartes.

Mesmo cercados de muito amor, somos a folha solta na aléia dos ventos, habitamos desde já o esquecimento futuro, única cidadania forte do ser humano,pátria cidadã em que todos se encontram.

Por isso precisamos praticar a boa vontade, o bem querer, a bondade enfim. Nenhum céu de insegurança, que aflige a todos em corpo, como indicava Lucrécio, daí religiões e deuses, segundo ele, por isso criadas, por temor à morte, supera o destino reservado. A vida eterna é eterna, em pó ou espírito.

Ser completo em felicidade não é ter um céu sem tempestades, uma estrada tranquila, trabalho que não faça exaurir.

Segurança no cenário do medo, amor na discórdia, quem tem? Onde estão os santos? Somos total insegurança na enciclopédia das seguranças. Certeza das incertezas.

Ser feliz no anonimato, tranquilo para os que compreendem a passagem, mesmo aqueles que poderiam ter uma caminhada de celebração e se retiraram do palco dos aplausos. Mas deixam marcas das ideias do Cristo, formais.

Ser feliz, viver a vida sem santidade, em meio à borrasca das incompreensões, que dão o tom do epicentro da própria vida.

O que é ter paz? Entender o que é a paz, só assim haverá essa conquista suprema. Razão que voa nas nuvens espessas dos vazios, que são paz.

Haurir momentos poéticos com os amigos, ainda quando nos magoam, ou achar que nos magoaram sem existir essa seta. Falar, errei, ou erramos juntos; interpretações que não ferem a honra. Dizer, eu preciso de você, limpo como quer ficar meu coração,nossos corações, sem impasses descabidos, para continuarmos leves.

“A morte não é a maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos.” Dalai Lama.

O morrer dentro de nós estando vivo é o lamento permanente, silencioso ou não, do que não fizemos e não somos. A santificação que não temos.

Somos pura fragilidade, e estamos sujeitos a morrer...sem santidades. A não ser assim, isso já indica a morte presente. Uma morte sem substância, pobre e sem saber o que vai encontrar. Quem não sabe o que procura não sabe o que vai achar. A morte do espírito que ainda não partiu, embora sejamos ainda matéria, é morte sem frutos, pensando estar santificado.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 17/09/2021
Reeditado em 21/09/2021
Código do texto: T7344530
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