CÁPSULA DO TEMPO
Pandemia. No início um mal misterioso, as pessoas adoecendo, morrendo, hospitais lotados, profissionais da saúde com medo de chegarem perto dos pacientes. Milionários e miseráveis igualados diante do imponderável.
A notícia vaza. Vem do oriente. A China descobre, revela-se o segredo: trata-se de um vírus, de nome já conhecido mas com mutação nunca vista antes, poder de letalidade inusitada.
Nenhum recurso existente e conhecido faz qualquer efeito.
Parece história de ficção, inventada por escritor, cineasta, dramaturgo sensacionalista. Mas não. A realidade supera a ficção.
A corrida científica começa. O “desprazer em conhecê-lo” é o desafio e a glória dos pesquisadores que se debruçam noite e dia para decodificar a personalidade do tão terrível visitante, que não pede licença para entrar em corpos, sejam eles de brancos, negros, amarelos, pobres, ricos, jovens, idosos, crianças...
No início, os mais vulneráveis, depois o vírus abandona a seletividade e qualquer um é alvo do agente invisível, o vírus Corona Sars-2, enfim, descoberta a primeira cepa da epidemia do covid-19.
Usar máscaras, não usar, usar, diz a Ciência. Máscaras passam de acessórios a itens obrigatórios, modelos, estilos, combinando com a vestimenta.
Isolamento.
Ninguém sai de casa, de um lado.
Que nada, é apenas uma gripezinha, dizem, de outro lado, parte do povo imitando o governante, que imita seu ídolo, o governante da potência do norte da América, que o vírus ajuda a derrubar do poder.
Contêineres para abrigar os mortos, antes abandonados nas ruas. O ar, dádiva da natureza, sendo vendido com ágio.
Pandemia politizada, respiradores sequestrados, operações de compra de aparelhos sabotadas. Quem dá mais? A diplomacia em xeque. A civilização sendo testada.
A realidade passa para a virtualidade. A internet, antes entretenimento para muitos, assume importância vital para a sobrevivência, indispensável ao trabalho em home office. Aulas remotas. Alunos sem acesso a computadores, celulares ou internet, sentem-se em desigualdade na nova “sala de aula”. Professores se reinventam, de novo e de novo.
Artistas, após o susto do primeiro momento, sem palcos e plateias, “se viram nas lives”, apresentam-se no quintal de suas casas, naquele cantinho preferido com bom visual nas telas de celulares e tvs. Visibilidade máxima para aquele que se apresenta em cima do telhado. Uma veste um caro pijama rosa de bolinhas brancas, metáfora de se estar em casa, do jeito que a maioria das pessoas fica nas suas casas, de pijama, roupa de dormir, bem vestidas da cintura para cima para aparecerem nas lives.
Aos poucos, surge o ócio criativo.
Poemas são projetados nos prédios do outro lado da rua; aniversários são comemorados em reuniões virtuais; artistas se apresentam nas suas varandas: sons de violino, vozes de tenores, teatro, comédias, o homem do trompete, o palhaço fazendo rir para não chorar...
É preciso enganar a tristeza, a incerteza, a desesperança, as dores de tantas perdas, o medo do perigo que pode estar num abraço, num aperto de mão, no cumprimento, no sorriso do próximo.
É preciso calar a dor e a saudade do ente amado que se foi, sem a possibilidade da despedida.
Enfim a vacina...caso à parte é o capítulo sobre as vacinas. Vacina ganha grife. Conforme a preferência política. O poder da desinformação, da manipulação das mentes. Nunca antes se viu escolher-se um “remédio” de acordo com a ideologia.
Vida não tem partido. Vida não tem cor, vida não tem religião, vida é dom gratuito, é dádiva.
E vem a segunda cepa. Novo alarme. E a terceira cepa pega mesmo quem já se vacinou.
É preciso se cuidar, palavra de ordem.
O normal ainda não chegou, não se sabe quando virá.
Talvez nunca mais teremos o normal de antes, idealiza-se o novo normal sendo construído com novos modos de pensar, com mentes reformatadas, espera-se um salto de evolução...apesar do fosso, do abismo, do patético, do paradoxo entre o civilizado e a barbárie, esta sendo orgulho de muitos empoderados no retrocesso vindo à superfície.
A outra palavra de ordem é resistir. Não se entregar. Enxergar o arco-íris, mesmo sob nuvens. Acreditar que a luz se fará. Que o bem triunfará. Por que se não, como viver, sem a esperança a descortinar horizontes...
Somos fênix. Somos águias, condores. Há voos rasantes, só para buscar o peixe e os que necessitam de um fio a lhes dar o primeiro impulso para o alto, mas o infinito é o limite...
Nossos escritos ganham sentido da resistência da Poesia, da magia, do poder da palavra em prosa ou verso, a ressignificar agoras, trazer sol aos dias, luas às noites, nuvens em pareidolias, adivinhações da imaginação, carneirinhos nas insônias, canções da chuva, raios e trovões - poderes a serem potencializados dentro de cada um. E seremos melhores...quiçá...que o susto nos catapulte ao salto de qualidade, depois da surpresa do século XXI, possamos construir o lugar sonhado, herança para as gerações vindouras, filhos, filhos dos nossos filhos e filhos dos nossos netos...a todos no devir.
Que nossos melhores sonhos se transformem em realidade, para chegar como legado, anos e séculos depois, como presentes enviados numa viagem na cápsula do tempo.
Pandemia. No início um mal misterioso, as pessoas adoecendo, morrendo, hospitais lotados, profissionais da saúde com medo de chegarem perto dos pacientes. Milionários e miseráveis igualados diante do imponderável.
A notícia vaza. Vem do oriente. A China descobre, revela-se o segredo: trata-se de um vírus, de nome já conhecido mas com mutação nunca vista antes, poder de letalidade inusitada.
Nenhum recurso existente e conhecido faz qualquer efeito.
Parece história de ficção, inventada por escritor, cineasta, dramaturgo sensacionalista. Mas não. A realidade supera a ficção.
A corrida científica começa. O “desprazer em conhecê-lo” é o desafio e a glória dos pesquisadores que se debruçam noite e dia para decodificar a personalidade do tão terrível visitante, que não pede licença para entrar em corpos, sejam eles de brancos, negros, amarelos, pobres, ricos, jovens, idosos, crianças...
No início, os mais vulneráveis, depois o vírus abandona a seletividade e qualquer um é alvo do agente invisível, o vírus Corona Sars-2, enfim, descoberta a primeira cepa da epidemia do covid-19.
Usar máscaras, não usar, usar, diz a Ciência. Máscaras passam de acessórios a itens obrigatórios, modelos, estilos, combinando com a vestimenta.
Isolamento.
Ninguém sai de casa, de um lado.
Que nada, é apenas uma gripezinha, dizem, de outro lado, parte do povo imitando o governante, que imita seu ídolo, o governante da potência do norte da América, que o vírus ajuda a derrubar do poder.
Contêineres para abrigar os mortos, antes abandonados nas ruas. O ar, dádiva da natureza, sendo vendido com ágio.
Pandemia politizada, respiradores sequestrados, operações de compra de aparelhos sabotadas. Quem dá mais? A diplomacia em xeque. A civilização sendo testada.
A realidade passa para a virtualidade. A internet, antes entretenimento para muitos, assume importância vital para a sobrevivência, indispensável ao trabalho em home office. Aulas remotas. Alunos sem acesso a computadores, celulares ou internet, sentem-se em desigualdade na nova “sala de aula”. Professores se reinventam, de novo e de novo.
Artistas, após o susto do primeiro momento, sem palcos e plateias, “se viram nas lives”, apresentam-se no quintal de suas casas, naquele cantinho preferido com bom visual nas telas de celulares e tvs. Visibilidade máxima para aquele que se apresenta em cima do telhado. Uma veste um caro pijama rosa de bolinhas brancas, metáfora de se estar em casa, do jeito que a maioria das pessoas fica nas suas casas, de pijama, roupa de dormir, bem vestidas da cintura para cima para aparecerem nas lives.
Aos poucos, surge o ócio criativo.
Poemas são projetados nos prédios do outro lado da rua; aniversários são comemorados em reuniões virtuais; artistas se apresentam nas suas varandas: sons de violino, vozes de tenores, teatro, comédias, o homem do trompete, o palhaço fazendo rir para não chorar...
É preciso enganar a tristeza, a incerteza, a desesperança, as dores de tantas perdas, o medo do perigo que pode estar num abraço, num aperto de mão, no cumprimento, no sorriso do próximo.
É preciso calar a dor e a saudade do ente amado que se foi, sem a possibilidade da despedida.
Enfim a vacina...caso à parte é o capítulo sobre as vacinas. Vacina ganha grife. Conforme a preferência política. O poder da desinformação, da manipulação das mentes. Nunca antes se viu escolher-se um “remédio” de acordo com a ideologia.
Vida não tem partido. Vida não tem cor, vida não tem religião, vida é dom gratuito, é dádiva.
E vem a segunda cepa. Novo alarme. E a terceira cepa pega mesmo quem já se vacinou.
É preciso se cuidar, palavra de ordem.
O normal ainda não chegou, não se sabe quando virá.
Talvez nunca mais teremos o normal de antes, idealiza-se o novo normal sendo construído com novos modos de pensar, com mentes reformatadas, espera-se um salto de evolução...apesar do fosso, do abismo, do patético, do paradoxo entre o civilizado e a barbárie, esta sendo orgulho de muitos empoderados no retrocesso vindo à superfície.
A outra palavra de ordem é resistir. Não se entregar. Enxergar o arco-íris, mesmo sob nuvens. Acreditar que a luz se fará. Que o bem triunfará. Por que se não, como viver, sem a esperança a descortinar horizontes...
Somos fênix. Somos águias, condores. Há voos rasantes, só para buscar o peixe e os que necessitam de um fio a lhes dar o primeiro impulso para o alto, mas o infinito é o limite...
Nossos escritos ganham sentido da resistência da Poesia, da magia, do poder da palavra em prosa ou verso, a ressignificar agoras, trazer sol aos dias, luas às noites, nuvens em pareidolias, adivinhações da imaginação, carneirinhos nas insônias, canções da chuva, raios e trovões - poderes a serem potencializados dentro de cada um. E seremos melhores...quiçá...que o susto nos catapulte ao salto de qualidade, depois da surpresa do século XXI, possamos construir o lugar sonhado, herança para as gerações vindouras, filhos, filhos dos nossos filhos e filhos dos nossos netos...a todos no devir.
Que nossos melhores sonhos se transformem em realidade, para chegar como legado, anos e séculos depois, como presentes enviados numa viagem na cápsula do tempo.