REGRESSO DO ANDES
Após ter iniciado uma segunda temporada de lutas em Lima, fiz um balanço da minha aventura, depois de ter saído de um emprego que era sim mais um emprego para ganhar dinheiro, em detrimento da minha saúde. Dei uma volta de 360 graus, ganhei mais vida, mais saúde, acabei com o estresse, fiquei curado da minha úlcera duodenal, nem pensar em voltar para quatro paredes. Eu iria me dedicar ao esporte, que era o meu hobby. A minha volta seria para praticar inglês, já que o espanhol eu já estava falando, com desenvoltura pelo menos o Peruano, e depois correr o mundo lutando. Já tinha feito um contato com o México, e também, através de uma namorada que conheci na Bolívia, e foi morar lá nos Estado Unidos e por aí seria um início.
De qualquer maneira me decidi voltar para Porto Alegre, como estava aventurando, nada melhor do que vir desde Lima até Porto Alegre, por terra. A primeira etapa seria Lima até Santiago do Chile, pela transamericana, conheci pessoas que vinham dos Estados unidos para esquiar na região de Santiago do Chile. Foi uma viagem interminável, com um pernoite. Ao chegarmos ao destino, a neve estava tão intensa, que não tinham meios de transportes por terra, em condições de atravessar a cordilheira dos Andes. Tive uma semana de turismo acidental em Santiago do Chile, até serem liberadas as estradas, mesmo assim havia trechos que tinha uma máquina retirando a neve, enquanto nós passávamos. Neste ínterim fiz algumas amizades no ônibus, e conheci uma guria de Santiago, a qual me levou em sua casa onde participaram outras pessoas também viajantes, compramos um grande peixe no mercado publico, e o fizemos assado. Aí eu vi que meu espanhol estava bem maduro, Eu era o único brasileiro, os demais falavam espanhol, o pai da menina, não acreditava que eu estava falando também o espanhol, pois ele disse que eu não tinha sotaque brasileiro, foi uma lição bem aprendida. Curioso que a guria morava na Rua Porto Alegre.
Após uma semana conhecendo Santiago do Chile, embarcamos por ônibus pequenos para transpor os túneis da cordilheira dos Andes, rumo até Buenos Ayres. Então fiquei um dia e fui visitar o meu amigo Mr.Chile, que havia lutado em Porto Alegre, no tempo do Ringuedoze que tem uma academia no centro. Relembramos os tempos das lutas, e pude falar com ele em espanhol. Ele queria saber como eu havia aprendido então eu lhe disse que eu estou voltando de uma temporada em Lima.
Interessante, que após alguns anos mais tarde, eu estive em Buenos Ayres com a minha esposa, e fui novamente à academia do Mr. Chile a fim de visitá-lo, ele estava doente e perto dos 75 anos de idade, e não me reconheceu, mesmo eu ter tentado fazê-lo lembrar das lutas. Ele me atendeu bem, e sua esposa acreditou no que eu falei, e pediu-me desculpas pelo acontecido. Saí um pouco triste, mas são coisas das vidas vividas.
Voltando ao tempo em 1970 tomei um ônibus em Buenos Ayres, com destino a Porto Alegre. A maioria das pessoas era brasileira, e pela primeira vez depois de um bom tempo sem falar com a nossa língua, os sons brasileiros, no ônibus, já estavam me confundindo. Leveis alguns dias para adaptar o meu ouvido, e hoje eu só falo além do Brasileiro, o portunhol, mas muito bem.
COMO É BOM TER UM LUGAR PARA VOLTAR
De qualquer maneira me decidi voltar para Porto Alegre, como estava aventurando, nada melhor do que vir desde Lima até Porto Alegre, por terra. A primeira etapa seria Lima até Santiago do Chile, pela transamericana, conheci pessoas que vinham dos Estados unidos para esquiar na região de Santiago do Chile. Foi uma viagem interminável, com um pernoite. Ao chegarmos ao destino, a neve estava tão intensa, que não tinham meios de transportes por terra, em condições de atravessar a cordilheira dos Andes. Tive uma semana de turismo acidental em Santiago do Chile, até serem liberadas as estradas, mesmo assim havia trechos que tinha uma máquina retirando a neve, enquanto nós passávamos. Neste ínterim fiz algumas amizades no ônibus, e conheci uma guria de Santiago, a qual me levou em sua casa onde participaram outras pessoas também viajantes, compramos um grande peixe no mercado publico, e o fizemos assado. Aí eu vi que meu espanhol estava bem maduro, Eu era o único brasileiro, os demais falavam espanhol, o pai da menina, não acreditava que eu estava falando também o espanhol, pois ele disse que eu não tinha sotaque brasileiro, foi uma lição bem aprendida. Curioso que a guria morava na Rua Porto Alegre.
Após uma semana conhecendo Santiago do Chile, embarcamos por ônibus pequenos para transpor os túneis da cordilheira dos Andes, rumo até Buenos Ayres. Então fiquei um dia e fui visitar o meu amigo Mr.Chile, que havia lutado em Porto Alegre, no tempo do Ringuedoze que tem uma academia no centro. Relembramos os tempos das lutas, e pude falar com ele em espanhol. Ele queria saber como eu havia aprendido então eu lhe disse que eu estou voltando de uma temporada em Lima.
Interessante, que após alguns anos mais tarde, eu estive em Buenos Ayres com a minha esposa, e fui novamente à academia do Mr. Chile a fim de visitá-lo, ele estava doente e perto dos 75 anos de idade, e não me reconheceu, mesmo eu ter tentado fazê-lo lembrar das lutas. Ele me atendeu bem, e sua esposa acreditou no que eu falei, e pediu-me desculpas pelo acontecido. Saí um pouco triste, mas são coisas das vidas vividas.
Voltando ao tempo em 1970 tomei um ônibus em Buenos Ayres, com destino a Porto Alegre. A maioria das pessoas era brasileira, e pela primeira vez depois de um bom tempo sem falar com a nossa língua, os sons brasileiros, no ônibus, já estavam me confundindo. Leveis alguns dias para adaptar o meu ouvido, e hoje eu só falo além do Brasileiro, o portunhol, mas muito bem.
COMO É BOM TER UM LUGAR PARA VOLTAR