SOBREVIVI NO TERREMOTO DE 1970 NO PERU, COM MAIS DE 50 MIL MORTOS 
 
O Peru é um país onde aconteciam, terremotos e também vulcões. Tinha um vulcão perto de Lima, que era fechado, com uma tampa de concreto. Já pensaram se ele entrasse em erupção, onde iria parar aquela tampa. Nós éramos instruídos de quando acontecesse um terremoto, nós deveríamos correr para a rua, longe dos prédios que podiam ruir. Se não houvesse chance de sair do prédio, era aconselhado que as pessoas ficassem alojadas entre os marcos das portas, onde eram constituídos com maior resistência. Depois de almoçar na Pension San Martin, e fui dormir um pouco, um hábito costumeiro. De repente eu lá dormindo e sonhando quando a cama começou a tremer de vagarinho, até ajudando a melhorar o meu sono. Mas a cama começou a tremer mais rápido, e com maior intensidade até acordar-me totalmente. A primeira coisa que me veio à mente foi que algum lutador que estava hospedado no mesmo local, estariam balançando a cama, por brincadeira: mas espere, eu tranquei a porta por dentro, com sempre o fazia, e nenhum lutador poderia ter entrado. Então acordei totalmente o pavor tomou conta de mim. Será um terremoto: é um terremoto que já haviam me falado, mas logo comigo, e era. Não era só a cama que estava tremendo, mas todo o prédio estava nas mesmas condições. O próprio barulho formado pelo terremoto, e paredes se rachando, indicava de que o epicentro tinha atingido graus elevados. Então vou ter que usar as técnicas que me ensinaram. Como o prédio ainda estava inteiro, resolvi a segunda opção que era chegar a rua, e foi o que fiz. Como nós vamo saber a magnitude do terremoto e quais seriam as conseqüências. Coisas que vem da natureza, sobre as quais, nós não temos compreensão, e de como vai finalizar. Restava um grande medo. Quando cheguei a rua, vi mulheres rezando, algumas joelhadas, gritos de desespero, e em seguida o tremor começou a diminuir, foram questões de alguns segundos ou minutos e a terra começou a se acalmar, para voltar a ocorrer alguns tremores menores, que segundo a sismologia, são por que a terra depois de um abalo sísmico, começa a ajustar-se, mas a gente é que não se ajusta por um bom tempo. No exato local em que nós nos encontrávamos os abalos apesar de rachar paredes, foram com intensidades menores, e apenas causou em nós, muito susto pelo som da natureza e pela terra tremendo em nossos pés. No dia seguinte o terremoto foi estampados nos jornais locais. Falavam em mais de 50 mil mortos, mas depois chegaram a 80 mil. Era na época da Copa do Mundo, e muitos jogadores Peruanos que estavam no México, regressaram, porque vários perderam entes queridos com a tragédia. Teve algumas cidades próximas que forram arrasadas. Teve uma que ficou aparecendo à copa de quatro coqueiros situados na praça central, que foi inundada pelos rios da parte mais alta, que levou tudo o que poderia pela frente. Dessa eu me escapei. Falando em terremoto, quando eu voltava do Peru, passei por Buenos Ayres onde fui visitar um amigo, em sua academia. Eu estava falando com ele, quando ouvi um barulho similar a um terremoto, me apavorei e estava preparado para sair em disparada, quando o meu amigo que estava calmo, se espantou, e queria saber o que estava acontecendo comigo. E então perguntei, não é um terremoto: não é, é apenas o trem do metrô que acabava de passar por baixo da academia. Foi aquela risada, e um alívio pelo alarme falso.
 
SOBREVIVER É GANHAR UMA NOVA CHANCE DE VIDA.
Scaramouche
Enviado por Scaramouche em 17/09/2021
Reeditado em 29/09/2021
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