DESPEDIDA DE LIMA
 
Eu sempre participada das lutas finais e semifinais. Era feito uma grande propaganda das lutas, As minhas fotos eram colocadas em tamanhos gigantes nas ruas e, também eram anunciadas nos jornais locais. Estivera um empresário Boliviano em Lima, para contratar alguns lutadores que estavam se destacando, onde eu também estava sendo cogitado. Já estava também na hora de deixar os ringues do Peru, e atender a proposta da Bolívia, onde o cachê era melhor. Prometi ao meu empresário, que voltaria a lutar no Peru, por isso acertei com o empresário da Bolívia, um contrato que envolvia a passagem aérea de ida e volta. Já que naquelas estradas perigosas eu prometi que não passaria novamente. Na minha luta de despedida, foi programado que eu perderia para um Peruano que era também invicto, mas não tinha lutado comigo, ele ficou com todos louros da vitória e cresceu a sua fama, ao vencer-me. Um grande amigo chamado EL DEMON. Em Lima, eu tinha uma vida, bem vivida, praticava em academias de musculação e judô, para me manter em forma, lutava duas vezes por semana apenas uma média de três minutos cada combate, e freqüentava muito as belas praias, de águas claras e esverdeadas, banhadas pelo oceano Índico. Tinha uma praia, próxima ao centro, denominada de Callau, Isto porque nos lugares onde fica normalmente depositado a areia própria, existiam somente pedras de seixos em toda a orla. Era uma praia com bastante profundidade, pois era portuária, e ali ancoravam os navios. Os primeiros metros já não davam pé. Um dia entrei na água e fui nadando aproximadamente uns 100 metros da praia, próximos aos navios, imaginava eu que ali era bem fundo, mas de repente pisei em algo duro, que poderia algum peixe grande, ou alguma parte de navio. Mirei a praia e nadei com tudo até conseguir pé, claro que na velocidade que consegui empreender, devo ter batido algum recorde. Depois continuei nadando, mas não chegava nem perto do local, onde levei o susto. Depois tinha a praia de Mira Flores, onde eu freqüentava muito, pelos visuais das meninas, que lá se banhavam, enfeitando mais as belezas naturais do local. Estava eu como o melhor desempenho físico. Transformei um Hobby, esportivo, numa forma de manter o meu sustento financeiro, mantinha no Peru quase oitenta quilos, bem distribuídos. Diferente dos 56 kg. Quando eu lutava boxe. Agora eu estava acreditando no que eu me tornei, pelo meu esforço em participar das academias e controlar minha alimentação, em discordância daquele médico, que na minha infância, não acreditava na minha evolução física. Sentia saudades do Brasil dos meus familiares, dos meus amigos, do meu cachorro Dick um pastor alemão, mas a boa a vida que eu estava levando compensava, pois lá também fiz amigos que deixei com muitas saudades, na minha volta para o Brasil, depois de viver grande parte do ano de 1970, nas paragens do Peru e da Bolívia.
Scaramouche
Enviado por Scaramouche em 17/09/2021
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