O Brasil tem o seu próprio Talibã
O sociólogo contemporâneo, Manuel Castells, havia levantado uma hipótese sociológica de que com o declínio do patriarcalismo (do tipo colonial ainda presente no Brasil) poderia haver uma reação de uma elite nacional ultraconservadora que buscaria no Estado autoritário e no fundamentalismo religioso (fundamentalismo picareta do tipo Malafaia) um modo de impedir as conquistas sociais e os avanços dos valores dos direitos humanos. Segundo este sociólogo, as lutas internas dentro de uma sociedade nacional entre grupos reacionários (do tipo político Bolsonaro e religioso do tipo Silas Malafaia) e liberais (de esquerda e de direita) seriam intensas e tensas. Diz Manuel Castells: "a restauração de fundamentalismo religioso e retrocessos políticos autoritários, em diversas partes do mundo, pode reverter o processo de corrosão da família patriarcal e inverter o jogo de poder". É impressionante o quanto o Brasil de hoje parece vivenciar, em suas práticas políticas e religiosas, esta hipótese sociológica deste pensador espanhol. Amanhã, o Sete de Setembro, teremos este espetáculo cívico de um Brasil que deseja ser um Talibã.