BASTIDORES NO MUNDO
DAS LUTAS
As turmas de lutadores normalmente viajam em camionetas sendo as mais usadas as kombis.
E durante as viagens se faziam brincadeiras para passar o tempo, e coisas bem próprias de lutadores.
Vínhamos de uma cidade do interior, e a kombi teria que passar pela cidade de Camaquã R/S para buscar materiais ali deixados. Nesse ínterim a gente vinha colocando pasta de dentes uns nos outros, bem como talquinho, algum tipo de remédio para lesões.
Para que a kombi não entrasse na cidade com os lutadores misturados, pois até podiam pensar que fazíamos marmelada.
O empresário resolveu pedir para que os bonzinhos, eu e o Ringo, ficássemos aguardando na entrada da cidade. Então nós os bonzinhos, fomos a um bar próximo, e tivemos uma idéia: Compramos cada um, dois quilos de farina, enrolamos e os colocamos por dentro da camisa. Nosso pensamento era criar aquela guerra contra os demais dentro da kombi, quando ela voltasse para nos apanhar.
Quando eles voltaram, entramos na Kombi, muito bem comportado, ficamos um bom tempo assim, até que alguém começou com as brincadeiras usando as pasta de dentes e cremes. Então foi a nossa vez: Vocês querem guerra então tomem: e dele farinha para todos os lados. Só que não contávamos que eles tivessem a mesma idéia nossa e vieram também com farinhas. Foi tanta farina na cara, e subiu uma nuvem pelos ares atingindo o motorista fazendo com que a Kombi, andasse em zig-zag pelo asfalto, até parar para que nós conseguíssemos fazer uma limpeza corpórea, ou então iríamos virar um bolo. Aí o dirigente da turma teve que intervir, e fez todo mundo baixar a bola, e conseguimos voltar todos ilesos, mas enfarinhados.
Numa outra ocasião, com uma tarde ensolarada, a Kombi vinha do interior após uma noitada de luta livre, e nós com um calor infernal. Quando o motorista passou próximo de uma lagoa, perguntou se a gente gostaria de parar para aliviar o calor: aí respondemos em coro PARE. E foi o que aconteceu, Ficamos todos ao longo da lagoa, em baixo de árvores e colocando água pelo corpo.
Um dos lutadores, o Leal, ficou em pé bem na beira do lago, como se estivesse hipnotizado pelas águas olhando, parado e distraído como se estivesse fora do mundo. Não sou de fazer este tipo de brincadeira, mas sem pensar, (até poderia ter sido uma voadora) dei-lhe um empurrão com as mãos, e ele mergulhou direto no lago, com roupas, relógio, menos o celular que naquela época não existia nem em pensamento. Em seguida se debateu e voltou à tona, sem ninguém precisar ajudá-lo, e disse-me colocando água pela boca, tu vai me pagar, ainda vou aprontar uma contigo, será uma questão de tempo.
Eu sempre que saia com ele na trupe, estava de prontidão. Mas o tempo não foi a favor dele, pois acabou morrendo alguns anos depois, do coração. Foi um grande amigo de lutas e fica uma homenagem póstuma ao meu amigo LEAL.
Quando a nossa empresa trouxe um grande ídolo da luta livre para se apresentar em Porto Alegre. Ele foi á atração principal, e a TV fazendo as entrevista com ele, e realmente trouxe muita gente ao ginásio de UNIVERSÍADE, onde seria apresentado o programa Ringuedoze.
Naquela noite ele obviamente faria a luta de encerramento, e ficou para mim a luta semifinal. Sempre as duas últimas lutas, eram as atrações principais onde a TV mais se detinha.
Eu conversando com os outros amigos no vestiário. Acho que como eu sou a luta anterior ao astro, vou fazer uma brincadeira com ele, Fazer um grande tipo de técnicas, inclusive à dele, o que vocês acham? Manda vê.
Então chamara para a luta semifinal Agora com vocês o barra humana Scaramouche. Então lá fui eu dando saltos, subi no ringue, a apresentei a tesoura voadora invertida “que era supostamente dele”, saltos mortais e o diabo a quatro, fiz uma grande noitada e na saída dei aquele salto mortal que era o meu cartão de visita, ou de saída do ringue. Quando voltei ao vestiário, ele o astro me interpelou na entrada, e me disse: E agora o que faço eu, se tu apresentaste quase todas as técnicas e inclusive a tesoura voadora invertida, que era patenteada por mim. “isso tudo em espanhol”.
Cada um apresenta o que sabe e como sabe, eu fiz a minha luta, faça a tua, e o melhor que puder. Quando ele estava lutando e pelo nome que tinha, fez o seu sucesso, e nem precisava ter lutado tanto. O que a fama faz.
Perguntei ao meu empresário se o astro tinha mesmo patenteado o golpe. Ele me disse não existe golpe com patente, cada um luta da sua maneira, a não ser que ele o tenha colocado na patente.
As diferenças de idade. Eu estava participando de uma entrevista para a RBS, já com 67 anos e fazendo umas simulações com um dos lutadores, o Búfalo Bill. A gente fazia algumas pegadas simuladas, a fim de serem filmadas para a reportagem, coisas que a idade permitisse.
Eu já estava como corpo quente, e entusiasmado, sem falar para o meu companheiro: Disse para mim mesmo, vou dar uma voadora nos peitos desse cara e fazer uma coisa que a idade já não estava mais permitindo. Busquei um impulso no fundo do baú, e subi no ar como se fosse uma pluma, com era com os meus 25 anos de idade, e larguei os pés diretos nos seus peitos. Não direcionei no rosto, como eu fazia nos velhos tempos, porque eu poderia machucá-lo.
O Buffalo Bill caiu para trás e eu o ajudei a levantar-se. E pedi desculpas pela minha ousadia e ao mesmo tempo eu lhe perguntei se não tinha doido muito os seus peitos, com as minhas patadas fora de técnicas e de tempo.
Ele me disse: nos peitos eu não senti nada, mas minhas genitálias ainda não se recuperaram. Não está vendo onde eu estou com as mãos?
Não tenho mais idade para aplicar voadoras, mas foi uma ação do momento e sem pensar. Tivemos uma reportagem interessante que resgatou um pouco naquela época onde a luta livre tinha o show e o seu espetáculo, garantidos.
E durante as viagens se faziam brincadeiras para passar o tempo, e coisas bem próprias de lutadores.
Vínhamos de uma cidade do interior, e a kombi teria que passar pela cidade de Camaquã R/S para buscar materiais ali deixados. Nesse ínterim a gente vinha colocando pasta de dentes uns nos outros, bem como talquinho, algum tipo de remédio para lesões.
Para que a kombi não entrasse na cidade com os lutadores misturados, pois até podiam pensar que fazíamos marmelada.
O empresário resolveu pedir para que os bonzinhos, eu e o Ringo, ficássemos aguardando na entrada da cidade. Então nós os bonzinhos, fomos a um bar próximo, e tivemos uma idéia: Compramos cada um, dois quilos de farina, enrolamos e os colocamos por dentro da camisa. Nosso pensamento era criar aquela guerra contra os demais dentro da kombi, quando ela voltasse para nos apanhar.
Quando eles voltaram, entramos na Kombi, muito bem comportado, ficamos um bom tempo assim, até que alguém começou com as brincadeiras usando as pasta de dentes e cremes. Então foi a nossa vez: Vocês querem guerra então tomem: e dele farinha para todos os lados. Só que não contávamos que eles tivessem a mesma idéia nossa e vieram também com farinhas. Foi tanta farina na cara, e subiu uma nuvem pelos ares atingindo o motorista fazendo com que a Kombi, andasse em zig-zag pelo asfalto, até parar para que nós conseguíssemos fazer uma limpeza corpórea, ou então iríamos virar um bolo. Aí o dirigente da turma teve que intervir, e fez todo mundo baixar a bola, e conseguimos voltar todos ilesos, mas enfarinhados.
Numa outra ocasião, com uma tarde ensolarada, a Kombi vinha do interior após uma noitada de luta livre, e nós com um calor infernal. Quando o motorista passou próximo de uma lagoa, perguntou se a gente gostaria de parar para aliviar o calor: aí respondemos em coro PARE. E foi o que aconteceu, Ficamos todos ao longo da lagoa, em baixo de árvores e colocando água pelo corpo.
Um dos lutadores, o Leal, ficou em pé bem na beira do lago, como se estivesse hipnotizado pelas águas olhando, parado e distraído como se estivesse fora do mundo. Não sou de fazer este tipo de brincadeira, mas sem pensar, (até poderia ter sido uma voadora) dei-lhe um empurrão com as mãos, e ele mergulhou direto no lago, com roupas, relógio, menos o celular que naquela época não existia nem em pensamento. Em seguida se debateu e voltou à tona, sem ninguém precisar ajudá-lo, e disse-me colocando água pela boca, tu vai me pagar, ainda vou aprontar uma contigo, será uma questão de tempo.
Eu sempre que saia com ele na trupe, estava de prontidão. Mas o tempo não foi a favor dele, pois acabou morrendo alguns anos depois, do coração. Foi um grande amigo de lutas e fica uma homenagem póstuma ao meu amigo LEAL.
Quando a nossa empresa trouxe um grande ídolo da luta livre para se apresentar em Porto Alegre. Ele foi á atração principal, e a TV fazendo as entrevista com ele, e realmente trouxe muita gente ao ginásio de UNIVERSÍADE, onde seria apresentado o programa Ringuedoze.
Naquela noite ele obviamente faria a luta de encerramento, e ficou para mim a luta semifinal. Sempre as duas últimas lutas, eram as atrações principais onde a TV mais se detinha.
Eu conversando com os outros amigos no vestiário. Acho que como eu sou a luta anterior ao astro, vou fazer uma brincadeira com ele, Fazer um grande tipo de técnicas, inclusive à dele, o que vocês acham? Manda vê.
Então chamara para a luta semifinal Agora com vocês o barra humana Scaramouche. Então lá fui eu dando saltos, subi no ringue, a apresentei a tesoura voadora invertida “que era supostamente dele”, saltos mortais e o diabo a quatro, fiz uma grande noitada e na saída dei aquele salto mortal que era o meu cartão de visita, ou de saída do ringue. Quando voltei ao vestiário, ele o astro me interpelou na entrada, e me disse: E agora o que faço eu, se tu apresentaste quase todas as técnicas e inclusive a tesoura voadora invertida, que era patenteada por mim. “isso tudo em espanhol”.
Cada um apresenta o que sabe e como sabe, eu fiz a minha luta, faça a tua, e o melhor que puder. Quando ele estava lutando e pelo nome que tinha, fez o seu sucesso, e nem precisava ter lutado tanto. O que a fama faz.
Perguntei ao meu empresário se o astro tinha mesmo patenteado o golpe. Ele me disse não existe golpe com patente, cada um luta da sua maneira, a não ser que ele o tenha colocado na patente.
As diferenças de idade. Eu estava participando de uma entrevista para a RBS, já com 67 anos e fazendo umas simulações com um dos lutadores, o Búfalo Bill. A gente fazia algumas pegadas simuladas, a fim de serem filmadas para a reportagem, coisas que a idade permitisse.
Eu já estava como corpo quente, e entusiasmado, sem falar para o meu companheiro: Disse para mim mesmo, vou dar uma voadora nos peitos desse cara e fazer uma coisa que a idade já não estava mais permitindo. Busquei um impulso no fundo do baú, e subi no ar como se fosse uma pluma, com era com os meus 25 anos de idade, e larguei os pés diretos nos seus peitos. Não direcionei no rosto, como eu fazia nos velhos tempos, porque eu poderia machucá-lo.
O Buffalo Bill caiu para trás e eu o ajudei a levantar-se. E pedi desculpas pela minha ousadia e ao mesmo tempo eu lhe perguntei se não tinha doido muito os seus peitos, com as minhas patadas fora de técnicas e de tempo.
Ele me disse: nos peitos eu não senti nada, mas minhas genitálias ainda não se recuperaram. Não está vendo onde eu estou com as mãos?
Não tenho mais idade para aplicar voadoras, mas foi uma ação do momento e sem pensar. Tivemos uma reportagem interessante que resgatou um pouco naquela época onde a luta livre tinha o show e o seu espetáculo, garantidos.