TRABALHO TEMPORÁRIO NA PRAIA

TRABALHO TEMPORÁRIO
NA PRAIA

Quando eu estava com trinta e poucos anos, o meu amigo chamado MARRETA, é ele sim o MARRETA que tocava o congo, nos programas de lutas do Ringuedoze, hoje falecido. Quem conheceu o seu restaurante em Porto Alegre, via um couro esticado de cobra jibóia pendurado na parede. Ele conta como verdadeira a história da sua luta feroz com a cobra no rio Amazonas, onde a matou com a sua faca. Eu me lembro de coisas assim visto nos filmes Jim das Selvas com Johnny Weissmuller. Mas vamos dar crédito ao nosso falecido amigo Marreta. O Marreta convidou-me para trabalhar no verão como bico, no restaurante que tinha alugado na praia de Tramandaí/RS. A minha função seria controlar o caixa, e atuar como segurança, para manter os borrachos que se excediam nas brincadeiras. Num dia entraram alguns baderneiros no restaurante do lado, e foram corridos pelos seguranças e aportaram onde eu estava atuando. Eu parei perto deles e fiquei na mira. Ouvi quando um deles falou baixo para os demais, acho bom a gente se comportar aqui, porque o segurança deles é o SCARAMOUCHE. Valeu o respeito. O que a fama faz. Todos beberam a vontade e eu não tive nenhum tipo de problemas, até porque eles já tinham sido corridos do bar anterior. Um dia um bebum entrou no banheiro, mas como eu sempre estava de olho resolvi entrar junto. Peguei no ato em que ele deu um soco na parede e um grito, também dei o meu grito de guerra, e acho que ele se assustou, e ficou sem reação. Ganhei no grito, então o peguei o pelo pescoço e o joguei no olho da rua. A sorte é que ele não reagiu, senão eu teria que sujar a minha roupa. Ou quem sabe ele iria me derrubar, mas aí eu levantaria e daria uma voadora na cara dele. HAHA. Depois teve um que ficou sentado, e quando os garçons iam atendê-lo nunca fazia o seu pedido. Só queria mesmo era ficar sentado. Chamaram-me e eu fui conversar com o cliente o qual me disse que o lugar era público e iria ficar ali sem comprar nada e conhecia os seus direitos. Então eu falei: que também conhecia os meus direitos, e que a cadeira era propriedade do Bar eu iria levá-la para dentro do recinto, portando ao pegá-la ele poderia cair fora dela. A sorte contou comigo o cara resolveu levantar-se e pegou a estrada. E mais essa eu ganhei no grito. O que não aconteceu com os garçons, eles me aprontavam cada uma. Sempre tinha alguém querendo passar com alguma mercadoria escondida, cobravam a mais dos clientes. Um dia eu estava discutindo com um, quando ele pegou o suporte dos papeis para embrulho e me enfrentou levantando-o para jogar na minha cabeça. Como eu estava na minha melhor forma, apliquei-lhe só um soco e ele caiu com o embrulho por cima. Fiquei preparado com os outros garçons, mas por sorte minha eles preferiram socorrer o seu comparsa a me enfrentarem. E assim foram algumas confusões dentre outras que não vale a pena contar. Terminei o meu prazo de trabalho e nunca mais quis saber deste tipo de bico. Valeu meu amigo MARRETA.
“ONDE TEM DIVERTIMENTO COM TRAGO, A BRONCA ESTA POR PERTO”